terça-feira, 20 de julho de 2010

MULHERES EM LUTA

Mulheres Em Luta
Por Nando Poeta

As cento e vinte e nove
Mulheres da tecelagem
Lutando por seus direitos
Mostrando muita coragem
Morreram carbonizadas,
Numa ação muito selvagem.

Foi no século dezenove
O ano cinqüenta e sete
Na famosa Nova York
A qual por dever compete
Pra todas essas mulheres
Com força jogar confete.

Mulheres em passeata
Queriam melhor salário
A greve fortalecida
Contra patrão salafrário
Reduzir sua jornada
Aumenta o tempo diário.

Reunidas lá na fábrica
Mulheres surpreendidas
Com a tranca dos portões
E de sair, proibidas,
A correria foi grande
Queimadas foram com vidas.

Operárias heroínas
São têxteis na produção
Sua luta continua
Pra ter direito ao pão
O seu exemplo de fibra
Faz crescer a união.

Mil novecentos e dez
No país da Dinamarca
Clara Zetkin propõe
Dia oito ter a marca
Da luta dessas mulheres
Pra não afundar a barca.

O dia oito de março
De muita denuncia e luta
Contra opressão e machismo
Emancipar quem labuta
Mulheres em movimento
O seu espaço disputa.

Com muita ação e coragem
A mulher sai para a rua
Denunciar, protestar
É bandeira minha e tua
Lutar por nossos direitos
E não ficar só na sua.

No dia internacional
De luta pela mulher
Hoje o movimento delas
Metendo dentro a colher
Nas políticas dos governos
Que mudança não quer!

Capitalismo utiliza
Da opressão e má fé
Explora através do sexo
Salário pago é chulé
Além da tripla jornada
Ainda dá pontapé.
.
Pois a força de trabalho
Teve a feminização
Praticamente a metade
É parte da produção
Mulheres, a sua força,
Sofre mais exploração.

No trabalho o salário
É pequeno que até some
Mesmo com igual função
É pagamento de fome
Mão-de-obra feminina
O capital já consome.

As mulheres engrossaram
O trabalho informal
Ganham menos que o homem
Quando a tarefa igual
Lutar por mesmo direito
Pra questão salarial.

Homens e mulheres têm
Trabalho de igual valor
No labor a sua força
Desprende o mesmo calor
Remunerar diferente
Divide o trabalhador.

Propaga-se pelo mundo
O fim da desigualdade
Entre os sexos opostos
Jura existir igualdade
Mas explorar, oprimir
Do capital é verdade.

O capital não criou
Machismo e opressão
Apenas lhe absorve
Lucrando para o patrão
Impondo a desigualdade
Faz surgir à exploração.

A mulher para o trabalho
Tem acesso desigual
A violência doméstica
E o assédio sexual
A pretensa igualdade
É farsa do capital.

Mulheres pobres e negras
Situação agravante
Salários mais rebaixados
De uma vida gritante
O machismo e o racismo,
No capital é marcante.

A realidade dela:
Opressão e violência
Pois tem a tripla jornada
Mostrando ter competência
Trabalho,filhos e casa,
Faz parte da penitência.

Maus tratos, ataques físicos,
Violência declarada
Pancadas, humilhações,
Calúnia, estupro e piada
Entre socos e pontapés
Assassinato e cantada.

As mulheres continuam
Mais vitimas da opressão
O machismo é o instrumento
Acentua exploração
Tratada como objeto
Igual na escravidão.

A opressão é tão grande
Que muitas sofrem caladas
A cada quatro minutos
Mulheres são espancadas
E nesse largo Brasil,
Milhares assassinadas.

Pra opressão e machismo
O combate é cotidiano
Bem como a homofobia
Destruir é nosso plano
O feminismo e classismo
Fortalecer sem engano.

A cada quinze segundos
Uma mulher espancada
Na violência mundana
Tem uma sendo estuprada
Saindo fora de casa
No trabalho, assediada.

Não basta só ser mulher
Na luta contra a opressão
Porque o capitalismo
Incentiva a divisão
A mulher trabalhadora
Vencerá com união.

Os homens e as mulheres
Buscam emancipação
E combater o tal machismo
É a grande solução
E pelo socialismo,
Avançarmos nessa ação.

A mulher em luta briga
Por emprego e moradia
Creches, saúde, salário
Respeito no dia-a-dia
Legalizar o aborto
Não é uma covardia.

Pois um milhão de abortos
São feitos nesse Brasil
De forma tão clandestina
Cento e cinqüenta mil
Morrem e deixam seqüelas
E um resultado hostil.

A violência à mulher
Terá que ter o seu fim
Legalizando o aborto
Pra mulher não é ruim
O direito assegurado
Terá vitória assim.

Legalizar o aborto
É pura necessidade
A quarta causa de morte
É grande a insanidade
E descriminalizá-lo,
Deve ser prioridade.

Pois mulher quando faz
Um aborto mais seguro
Não pode ser criminosa
Está prevendo o futuro
De que o direito a vida
Não é viver em apuro.

Criminalizar mulheres
Por exercer o direito
De decidir sobre o corpo
Com o que lhe diz respeito
O crime é do Estado
Que não responde esse feito.

Garante a vida à mulher
Aborto legal, seguro
Se for feito clandestino
A vida terá um furo
Direito a saúde pública
Estado saia do muro.

Mulheres vão decidir
Sua sexualidade
Intervir nesse direito
É fazer grande maldade
Pois é dever do Estado,
Serviço de qualidade.

A campanha da igreja
Do governo, da direita
É muito reacionária
Fazendo total desfeita
O “Brasil sem o aborto”
A mulher não se respeita.

Meio milhão de mulheres
No mundo a cada ano
A cada dia quinhentas
Morrem ensopando pano
Com aborto clandestino
Mulheres vão pelo cano.

Em clínicas bem luxuosas
Ricas têm a liberdade
Respaldo psicológico
Conforto e tranquilidade
Pra trabalhadora e pobre
Resta a mortalidade.

Libertar nossas mulheres
Da mera reprodução
A classe trabalhadora
Escrava da produção
Será sempre oprimida
Se não levantar do chão.

Lutar contra os governos
E o inimigo de classe
Que alimenta a violência
Vivendo nesse impasse
Mulheres independentes
Não darão a outra face.

Mulher Em Luta buscando
A sua libertação
Marchando bem resolvidas
Buscando mais proteção
Querem já os seus direitos
Pra ter emancipação.

Violência trabalhista
Sofremos diariamente
É física, psicológica
Afetando a nossa mente
Na política, economia,
O ataque é evidente.

Os maltratos e abusos
Do sistema é violento
Cuidar da casa e família
É o seu maior tormento
Mulheres mais rebeladas
É o fim do sofrimento.

Só do machismo existir
Já expressa decadência
De um sistema malvisto
E onde a incompetência
De uma moral machista
Ferindo sua existência.

Movimento de mulheres
Com forte apelo classista
Marchando Mundialmente
Sem ter cunho governista
Contra governos tiranos
Virá onda feminista.

Mulher Em Luta é força
É guerra contra a opressão
Reunindo as oprimidas
Contra toda exploração
E que toda a mudança
Nasce da revolução.

O feminismo burguês
Banhado de reformista
Não terá a conseqüência
De barrar onda machista
Faz parte do capital
Oprime a perder a vista.

Nessa luta feminista
Existem várias matizes
A proletária e burguesa
Têm diferentes raízes
Mulheres trabalhadoras
No classismo são felizes.

Deve as mulheres unir-se
Com o proletariado
E somar as suas forças,
Pra o homem lutar do lado,
Machismo divide a classe
E oprime o explorado.

Mulher Em todas as Lutas
Resistindo à opressão
A conquista de direitos
Sempre foi pela ação
Reduzir fruto da luta
É pura submissão.

Mulher Em Luta na frente
O movimento classista
Não abre mão de direitos
De bandeira feminista
Unidas num ideal
Em busca de mais conquista.

Em uma luta classista,
E o movimento florindo
Mulheres e muitos homens
Unidos vão resistindo
No combate ao machismo
Alternativa surgindo.

Resgatando a tradição
Da mulher trabalhadora
Buscar o socialismo
É ação libertadora
Destruindo a opressão
Abaixo lei repressora!

Nossas mulheres em luta
Em uma mesma fileira
O socialismo combate
Todo tipo de cegueira
A opressão secular
Terá uma morte ligeira.

Libertação das mulheres
Bane a submissão
Em movimento de luta
Nessa longa construção
Independência de classe
Em prol da revolução.

Nada mais justo que tenha,
A data comemorada
Não deve ser só um dia.
Dessa luta tão pesada
O homem, mulher unidos
Por uma forte jornada.

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