terça-feira, 20 de julho de 2010

LUTAR NÃO É CRIME

Por Nando Poeta

É um artigo de luxo
A morada no Brasil.
A grande massa do povo
Sem ter casa é seu perfil.
Morando em ponte, na rua
O teto é o céu anil.

Milhares de sem emprego
Não tem casa pra morar.
Pagar aluguel é sonho
Se faz, vai endividar.
Em seguida vai expulso
Não tem lugar pra ficar.

Num país em que alguns têm
Palácios pra moradia.
Mansões, casa com jardins
Vivendo na mordomia.
AP com a cobertura
Habita a minoria.

Enquanto que a maioria
Tem viver penalizado.
Constrói as casas e os prédios
Não tem um metro quadrado.
Em barracos, a céu aberto
Vivendo “descobertado”.

Se lutar pela morada
Não é se cometer crime.
É ter solidariedade
Dar um basta a quem lhe oprime.
Ter um local pra morar
É um direito sublime.

Portanto quem luta muito
Pra alguém ter o seu teto.
Não pode ser incriminado
Por querer o bem seleto.
Ter direito a moradia
Pra o viver ficar completo.

Lutar por qualquer direito
Devemos ser defensor.
Pois quem constrói a riqueza
É gente que tem valor.
Um país é edificado
Por nosso trabalhador.

Hoje é caso de policia
Lutar pela moradia.
Responde processo, prende
Quem tem muita ousadia.
Criminalizar a luta
Faz governo e burguesia.

Nesse país tão gigante,
Juntar todos explorados.
Morando em vilas, cortiços
E todos desempregados.
Movimentos populares
Unidos, organizados.

Trilhando na caminhada
Pela absolvição.
De Gegê, um caminheiro
De muita dedicação.
Um lutador social
Fiel a população.

Meu canto é de liberdade
Me somo nessa campanha.
Já sei que”Lutar não é crime”
Mas num país de barganha.
Se trata quem vai a luta
Tirando o couro e a banha.

Companheiro, companheira
Vamos trilhar nessa luta.
Gegê livre pra lutar
Do lado de quem labuta.
Por sua absolvição
Jurado vê se escuta.



FIQUE DE OLHO NAS ELEIÇÕES

Por igualdade na eleição.

Por Nando Poeta

Jornais e televisão
Eliminam candidatos.
A globo e bandeirantes
Escolheram seus mandatos.
Nos debates da TV
Pra elite dá outros tratos.

A campanha é muito injusta
Favorece na disputa.
Os candidatos de empresas
E veta quem tá na luta.
A desigualdade é grande
TSE não escuta.

As centenas de reais
É gasto na eleição.
Um processo viciado
Imposto pelo patrão.
Democracia é pro rico
Que tem o seu mensalão.

Nove foram os registros
Pro cargo de presidente.
Por que é que a TV?
Esconde pra toda gente.
Nos debates e nos jornais
Pra população só mente.

E a justiça eleitoral
Que continua calada.
Se a eleição é limpa
E tão democratizada.
Por que é que os outros seis
Fica sem tá na bancada.

Apenas três candidatos
Tem acesso toda hora.
Diante de nossos olhos
Promove sem a demora
Antes mesmo da eleição
Já joga o resto lá fora.

Todo programa gratuito
Já traz a desigualdade.
Quando o tempo de TV
Já faz a disparidade.
Tem tempo maior pra uns
Sem nenhuma igualdade.

Divulgar os candidatos
É básico pra eleição.
Se o processo é democrático
Mostre pra população.
Todas as candidaturas
Sem nenhuma exclusão.

Quero que o nosso Brasil
No processo eleitoral.
Garanta já o direito
Que pra todo seja igual.
Que todos os candidatos
Vá pra TV e jornal.

Conclamamos todo povo,
A fazer a exigência.
Que TV, radio e jornais
Não tenha a preferência.
De mostrar unicamente
Candidatos da agência.


Por Nando Poeta
Eleição

Vai começar a eleição
Cuidado caro eleitor.
Promessas são feitas a rodo
Por político enganador.
Ta cheio de picaretas
Nesse circo voador.

A prática de comprar voto
É herança muita antiga.
No tempo do coronel
Era muito grande a briga.
O voto era de cabresto
Votava fazendo figa.

A moeda é vale tudo
Carteira de motorista
Dentaduras, caixa-d’agua,
Cesta básica, show de artista,
Dinheiro vivo na mão,
Bolsa família à vista.

No tempo de hoje em dia,
A compra do voto é feita.
De forma sofisticada
Aprovada em lei perfeita.
Empresa doa dinheiro
Pra depois fazer colheita.

O partido que aceita
A verba da patronal.
Vai ficar com rabo preso
Do patrão ser serviçal.
Cuidado pra não errar
Pisar no “voto” é fatal.

Procure ver as propostas
Dos candidatos, partidos.
Não vote em patrões, pelegos
Numa corja de bandidos.
Pelo Brasil socialista
Direitos são protegidos.



Nesta quarta-feira, 28 de julho de 2010 ocorreu o ato contra a ocupação do Haiti em São Paulo.

TIREM AS TROPAS DO HAITI
Por Nando Poeta


Bohio, Quisqueya, Ayiti
Já fora o nome da ilha
Habitada pelos índios
Uma linda maravilha
Invasores espanhóis,
Sua riqueza empilha.

Com extermínio de índio
Tragam os negros robustos
Falou Las Casas, um padre,
Não importam os seus custos
Quinze mil vieram logo
Da África, passando sustos.

O Haiti significa
Uma terra montanhosa
Vivendo da agricultura,
Mas a fome é vergonhosa
Uma região sofrida
Onde a morte é perigosa.

País que foi no passado
Uma Colônia francesa
Produtora do açúcar
Que pro povo falta à mesa
Muito rica por um lado,
Do outro muita pobreza.

E se tornou o país
Mas pobre do hemisfério
Sempre sendo beliscado
Por fera do grande império
Um povo que não se rende
Que luta sem ter mistério.

Cidade mais populosa
Porto Príncipe capital
O francês e o crioulo
É a língua oficial
Vinte e sete mil quilômetro
Tem a sua área total.

No Tratado de Ryswick
Repartiram a região
Entre a Espanha e a França
Um pedaço em cada mão
Fatiando assim o bolo
Pra manter dominação.

Sem piedade ocuparam
Roubando sua riqueza
Mata, destrói plantações
Deixa o povo na pobreza
Enviando pra Europa
Engordando a nobreza.

O Mackandal, um escravo
A frente de uma guerrilha
Foi condenado a fogueira
Queimado foi nessa ilha
Mas sua semente boa
Voltou a fazer partilha.

A luta por liberdade
Napoleão Bonaparte
Tentou impedir o sonho
Que na vida já é parte
Mandou matar Toussainte
Um símbolo, um baluarte.

Um líder que afirmou:
Quando “Derrubaram a mim
Não abateram o tronco
Da árvore” que não tem fim
A liberdade do negro
Lutando será assim.

Em seguida independente,
Aboliu a escravidão
Foi o primeiro da América
A gritar libertação
Cativos se levantaram
Fizeram a rebelião.

Espalhou por toda América
O sonho de liberdade
Ajudou Simon Bolívar
Combater barbaridade
Da colônia, escravidão
Que manchou a humanidade.

Dessalines e o campo
Lutam contra a opressão
Repartir as terras todas
Para ter direito ao pão
Esse era o pensamento
De quem quis libertação.

Nas guerras de independência
Mulheres foram à batalha
Catherine Flon, Latoya
Guerreiras contra a canalha
Escrava que se liberta
Na revolução trabalha.

A bandeira haitiana
Catherine Flon costura
O azul e o vermelho
Simboliza a mistura
Os negros e os “mulatos”
Do país é arquitetura.

Latoya era domestica
Escrava do seu senhor
Nas casas desses colonos
Sofriam o maior terror
Envenenavam as comidas
Pra fugirem do clamor.

O dinheiro do haitiano
Saiu,pois para ajudar
Os latino-americanos
Que queriam desgarrar
Da presa colonial
Que vivia a explorar.

Generais ambiciosos
Do lado do rico ficam
E muitos traíram os pobres
Assim eles justificam
As vidas dos libertados,
Mas uma vez se complicam.

Oprime quem fez a luta
Nessa terra independente
E passando a reprimir
Com armas e ferozmente
Condenando o haitiano
Destruir sua semente.

Já durante o século vinte
Foram os Estados Unidos
Usurpando a autonomia
Direitos sendo contidos
Resistência não faltou
Aos invasores bandidos.

No fim da segunda guerra
Todo o mundo em reboliço
A Revolta no Haiti
Cai Lescot, o mestiço,
O negro Dumarsais
Promete mostrar serviço.

Tem período da história
Que tem golpe de estado
O terror Duvalier (1957-86)
Não é coisa do passado
Com as tropas da “mãe” ONU
Segue sendo saqueado.

O Papa Doc, um médico
Eleito foi presidente
Inaugurou no Haiti
Uma ditadura ardente
Um mandato vitalício
Prejudicou muita gente.

Quando morreu Papa Doc
O Baby Doc, seu filho
Continua a ditadura
Do pai segue o mesmo trilho
Um governo sanguinário
Que do povo tira o brilho.

O terror do Doc cai
As ruas massas tomando
Chega a Frente Popular
Novo regime se armando
Um padre com força assume
Do Haiti seu comando.

Jean-Bertrand Aristide
Por golpe foi derrubado (2004)
Junto ao FMI
Por onde foi tutelado
O plano neoliberal
Por ele foi implantado.

E os Estados Unidos
Decidiram derrubar
O governo de Aristide
Que não mais ia apoiar
A tropa americana
Invadiu, foi ocupar.

O Canadá e a França
Também enviaram tropa
O povo não aceitando
Cortou o mal pela copa
As nações sem conseguirem
Perguntou se o Brasil topa?

O Brasil de Lula disse:
Estou disposto ajudar
A seleção brasileira
No Haiti vai jogar
E o povo hospitaleiro
Vai nossa tropa aceitar.

E os serviçais governos:
Argentina e Uruguai
Junto ao Peru e Chile
Bolívia e o Paraguai
Guatemala e Equador
Na rua com arma sai.

Outros países perversos
Turquia, Benim, Portugal
Complementando esse time
Jordânia, Chade e Nepal
Comandando essas tropas
O Brasil é o general.

Minustah é uma força
Militar de ocupação
Que diz: trazer ao povo
Toda estabilização
Reunindo esses países
Pra ONU é a missão.

Presentes no Haiti
Organiza uma ofensiva
Contra o povo haitiano
Que não tem perspectiva
De viver independente
Nessa ocupação nociva.

Convocando a eleição
René Preval foi eleito
O ianque americano
Não engole tal direito
Não querendo aceitar
O resultado do pleito.

Não demorou muito tempo
Pra Preval ter confiança
Agora pra todo império
Ele é a esperança
Somou-se aos invasores
ONU dando segurança.

As tropas da Minustah
Tendo a frente à brasileira
Mortes diárias e tiros
Nessa invasão estrangeira
Ferem a soberania
Nessa ação desordeira.

A ação da Minustah
É de muita violência
Atira matando gente
Mostrando incompetência.
Mulheres são estupradas
Com a maior virulência.

O direito lá na ilha
É bastante violado
Econômico e social
Cultural fica de lado
Saúde e educação
Não oferece o Estado.

O haitiano enfrenta
Ocupação militar
Nas ruas pulando lutam
Podemos aqui citar:
O salário e moradia
Quer-se muito conquistar.

Antes que o cuspe seque
Lula enviou os soldados
De início foram aceitos
E sinceramente amados
Mas com o passar do tempo
Passaram a ser odiados.

Os soldados pelas ruas
Recebem o povo à bala
A revolta foi crescendo
E muita gente não cala
A matança é muito grande
Enterrados são na vala.

O povo haitiano sofre
Os saques e os embargos
As invasões estrangeiras
Que são momentos amargos
Sugaram as suas riquezas
Enchendo seus buchos largos.

O Haiti, golpeado
Por Jeanne um furacão
Mortes e muitos estragos
Castigaram essa nação
As cidades arrasadas
Por não ter a proteção.

A fome é tão feroz
Biscoito feito de terra
Na ceia do haitiano
O bucho é oco e berra
Um povo que sofre muito
A vida inteira se ferra.

As tropas supostamente
Trazem paz para o seu povo
Mas em toda ocupação
Não chega nada de novo
Só repete o b-a-bá
É peixe caindo em covo.

Um país submergido
Ao puro empobrecimento
Ditadura, ocupação
É parte de seu tormento
Ao longo de sua história
Tem sido esse sofrimento.

Os tanques da Minustah
Comandado pelo Lula
Vai juntando pela rua
Fome, morte que acumula
A política para o Haiti
Esse governo regula.

A polícia e Minustah
Faz a prisão clandestina
Sequestra quem tá na rua
Usa de prática assassina
Criminalizando a luta
Com muita carnificina.

Sobre uma chuva de bala
Dispersa uma multidão
Estudante, muita gente
Sofre forte repressão
Não querem que vá a rua
Fazer manifestação.

A miséria no Haiti
Ela não veio do nada
Era a “Pérola das Antilhas”
Hoje é conto de fada
Sugaram riqueza e sangue
Desse povo camarada.

A vida de um haitiano
É de grande exploração
A tonelada de cana
Extraiu da plantação
Quinze horas de trabalho
Deixando calo na mão.

Empresas tão vindo atrás
De mão-de-obra abundante
Explorando o haitiano
Sendo essa a resultante
Implantam maquiladoras
Com a força de um gigante.

A Levi’s fabrica jeans
Ganhando rios de dinheiro
Nas costas das costureiras
O tiro é sempre certeiro
No país a mais-valia
Engole-se por inteiro.

A jornada no Haiti
São doze horas por dia
Oitenta e três ao mês (real)
Vivem em plena agonia
O trabalho é tão barato
Parece até cortesia.

Sem emprego no país
Não se tem corte de cana
Migrando a outra República
Agora a Dominicana
Transforma-se em escravo
Pra viver só com banana.

Um país que deveria
Ser auto-suficiente
Produzindo cereais
Por ter solo competente
Invasão de território
É coisa muito frequente.

Lula quer assento no
Conselho de Segurança
Invadindo o Haiti
A ONU dar esperança
As tropas de ocupação
No lugar de USA e França.

O mar, a terra e o céu
Da USA tem proteção
As suas Forças Armadas
Garantem a dominação
E todo povo haitiano
Clama por libertação.

As tropas da Minustah
Pela ONU organizada
Bush, o senhor da guerra
Tá certo ser enviada
O Barack Obama disse:
Por mim vai ser preservada.

Lula e seus comandados
Não foram ao Haiti
Por razão humanitária
Pensava o povo daqui
O Brasil do futebol
Tem outro interesse aí.

Sessenta mil por soldados(reais)
Governo faz esse gasto
Lula já são cinco anos
Que tem deixado esse rasto
Noventa milhões ao ano
Pra manter do rico o pasto.

Basta de ocupação
Econômica e militar
Pois um Haiti liberto
Lutemos pra conquistar
Retirar as tropas agora
É sinal pra caminhar.

Fazemos grande chamado
Ao povo de todo mundo
A ONU mente que ajuda
Na verdade leva ao fundo.
Com a invasão das tropas
O ataque é mais profundo.

Fora as tropas estrangeiras
Deixe livre o território
O destino do Haiti
Não decide no escritório
Dessa ONU que impõe
Um sistema exploratório.

Obama que fala muito
Que chamou Lula de “o cara”
Os oprimidos do mundo
Nas costas apanham de vara
Resistir lutando muito
É como a opressão para.

Não pode ser prisioneiro
Do jugo imperialista
Atende ao pedido deles
Botando o Brasil na lista
De feitores dessas guerras
Na mão do capitalista.

Exigimos do Brasil
A saída imediata
Da tropa que é brasileira
Hoje que no Haiti mata
Lula não é um favor
Decida e pro bem acata.

Conclamamos que o povo
Se junte a essa campanha
“Fora as tropas brasileiras”
É ajuda muito estranha
Queremos que o Brasil
Abandone essa façanha.



Na Feira de São Cristóvão
Lá no Rio de Janeiro.
No Forró de pé de serra
Um arrasta pé maneiro
Rosi e eu fomos escolhidos
Chegamos a ser primeiro.

A feira é um pedacinho
De todo nosso nordeste
Comer as comidas típicas
Fizemos o nosso teste
Passear, entrar nas lojas
No céu o azul-celeste.


EDUCAÇÃO NÃO É MERCADORIA


A escola é o local
Que mantém uma função
De aparelho ideológico,
Propagando a transmissão
De ideias dominantes
Pro povo a submissão.

Queremos uma escola
Que seja libertadora,
Onde igreja no Estado
Nunca seja a mentora,
Virá com revolução
Que será sua gestora.

Para melhor qualidade
Do ensino brasileiro,
A questão prioritária
Seria investir primeiro
Bem mais verbas na escola
Pra ter o ensino inteiro.

O Estado dá o mínimo
Pra saúde e educação,
O serviço essencial
Nega-se a população.
O ensino público marcha
Para a privatização.

A situação da escola
É de um grande desmonte,
Mestres desvalorizados,
Um mal que está na fonte,
Biblioteca sem livro
Aluno na sala, um monte!

Terceirizam os serviços,
Escola é sucateada,
Transferência de recursos
Pra toda a rede privada,
Uma educação precária
Péssima e desfigurada.

Descaso de governantes
Que não investem na rede,
Comunidade escolar
De ensino tem é sede,
Investir na educação
Em vez de pintar parede.

O ensino no Brasil
Tem é alta repetência,
Da baixa escolaridade
O governo tem ciência,
Evasão muito crescente,
Fruto da incompetência.

Da creche à graduação
Investimento precário,
Toda educação que é pública
No abandono diário,
Financiamento público
Tem que sair do armário.

Considerada a pior
Educação brasileira,
Até pra ler e escrever
Encontra-se na rabeira,
Sem investir no ensino
Sempre será derradeira.

O sistema é bem perverso,
Recheado de exclusão,
Salas são superlotadas,
Não se aprende a lição,
Sem a infraestrutura
Não tem menor condição.

O caos na educação
Imposta por governante,
Destruição da escola
Sem vaga para estudante,
A qualidade do ensino
Encontra-se degradante.

Governos são truculentos
Rivais da educação,
Repassam todas as verbas
Pra boca do tubarão;
Ensino privatizado
Pro poder é solução.

Sistema educacional,
Básica e superior,
Com o baixo investimento,
O ensino é inferior.
Quem vive de lecionar
Tem perdido seu valor.

Os sucessivos governos
Negam aumento real.
Arrochando os salários
De forma fenomenal;
Prejudicam aposentados,
Com baixa salarial.

O salário não aumenta,
Porém é tripla a jornada.
Os professores doentes,
Carreira na encruzilhada.
Abandono do oficio
Na escola desmontada.

Professores são as vítimas
Da violência escolar,
O seu trabalho docente
Não tem como praticar,
Violência e agressão
São matérias pra estudar.

Colapso lá no ensino
É culpa dos professores?
Propagandeiam na mídia
Governantes impostores,
Desmantelar toda a rede
É política dos gestores.

Professor e funcionário
Com salários aviltantes,
As jornadas de trabalho
Longas e extenuantes,
Distorções e injustiças
Na vida dos caminhantes.

Queremos nossa jornada
Vinte horas semanais.
Só vinte e cinco por sala
Está bom até demais.
Garantia no trabalho
E desemprego jamais.

O ensino público é,
Laico e de qualidade.
Professor valorizado,
Irrestrita liberdade,
Emprego será pra todos
Tendo estabilidade.

Aprovação de um piso
De salário unificado,
Pra professores da rede
Municipal, do Estado,
Aguardam a grande promessa
De ter direito implantado.

Pra cumprir a nova lei,
Afirmam não ter dinheiro;
Revogar qualquer direito
Atrasará o ponteiro,
Investir na educação
Será ato derradeiro.

O valor desse salário
Já é muito rebaixado:
As quarentas semanais (40 horas)
Foi por Lula aprovado.
Desrespeita educador
Com seu salário minguado.

O piso quando for pago
Terá forma de migalha;
Trabalhador do ensino,
Promessa é fogo de palha;
Continuar nessa luta
É nossa grande batalha.

Pra garantir esse piso,
MEC se faz de rogado:
Não dispôs de mais recursos
Pra ter direito implantado,
Organizar a carreira
Do docente abandonado.

O piso do DIEESE,
Vinte horas pra jornada,
Terá tempo o professor
Pra aula ser preparada:
Educador é formado
Por condição adequada.

Avaliar desempenho
É forma subjetiva;
Exigir de professor
Ter uma iniciativa,
Com a produtividade,
É prática bem abusiva.

Nunca será coletiva
Quando avalia o gestor,
Fica a coisa vulnerável
Na mão de um ditador,
Esse tal de desempenho
Penaliza o professor.

O plano de educação
Por Lula organizado,
Medidas do PDE
E ensino aligeirado.
Governo pondo à venda
Como fruta no mercado.

Todas as contra-reformas
Na área educacional:
A tal privatização
Do ensino estatal,
Foi tudo bem planejado
Pelo Banco Mundial.

Na Europa e na África,
Ásia e América Latina,
A educação, que é pública,
Seguindo sempre a rotina
Escolas deterioradas,
Transformadas em ruína.

Por esse mundo afora
Políticas educativas,
Desde o Plano Decenal,
As metas são evasivas
Ganhar soma de dinheiro
Com metas repetitivas.

Limitações financeiras
A UNESCO recomenda;
Regulação do ensino
Governo aprova emenda:
Educação à distância —
Querem que o povo aprenda!

Tudo querem avaliar,
Desde o gestor ao docente.
Agora pra o governante
Fecha os olhos, conivente,
Desastre nos resultados
E o governo é repetente.

Os custos na educação
Passa pra comunidade;
Sai da tutela do Estado
A responsabilidade,
Transforma em mercadoria
E tem rentabilidade.

Querem um novo modelo
Para a nossa educação,
Que atenda a indústria
Que apoia a produção,
Convertendo nosso ensino
Em produto como o pão.

Banco Mundial e BID,
Com seu grande objetivo,
Avança privatizando
Ensino decorativo;
Um serviço a ser vendido
Em mais um paliativo.

É pública a educação,
Gratuita e obrigatória,
Pré-escola, faculdade,
Deve ser a trajetória —
Se virar mercadoria,
É voltar à palmatória!

Pra o mundo foram traçadas,
Pelo Banco Mundial,
Políticas para o ensino
Em metas no decenal,
Tudo isso como parte
Do plano neoliberal.

O projeto do governo
“Todos pela educação”,
Escola virar empresa
Com meta, aceleração,
Ensino é mercadoria
Vendida no mercadão.

Lula hoje ratifica,
Defendendo em sua essência,
Medidas neoliberais
Que têm pura preferência
Nas políticas do governo
Usando sua influência.

E dentro desse projeto
Mergulham alguns professores,
Ficando embriagados
Com políticas de gestores,
Muitos deles se propondo
Dos planos serem atores.

Na rede educacional,
Professores do Brasil,
Categoria que é grande,
Que tem sofrido a mil,
Suscetíveis a doença
Que não tem sido gentil.

Aumentando seu trabalho,
Mestre já fica doente;
Depressão e nervosismo
São doenças já da mente,
Cansaço e ansiedade
Aparecem de repente.

Com o problema de voz
É por demais preocupante,
Salas de aulas são cheias
O mestre fica irritante,
A condição de trabalho
Vai ficando degradante.

São variados distúrbios
Que afetam a categoria:
Trabalho tão estressante,
Presente no dia-a-dia,
Traz danos pra saúde,
Quem educa, na agonia.

Os problemas de saúde
São típicos da profissão:
Doenças de todo tipo
Que chamam muita atenção,
Tem crescido nessa classe
A famosa depressão.

Professores, professoras,
A qualidade de vida
Valoriza a nossa classe
Numa posição devida.
A condição de trabalho
Hoje é uma ferida...

Trabalhadores do ensino,
Os pais e a juventude,
Mobilizem permanente
Busquem ter uma atitude.
Socialismo é a trilha
Unido, avançando, mude!

No Brasil a nossa escola
Aprova aceleração
Numa falsa educação
Distribui a bolsa esmola
Os governos não dão bola
Professores são mal pagos
O povo sofre os estragos
Enquanto rico só ganha
Todo ensino só apanha
As letras sem os afagos.

Um comentário:

  1. Muito bom isso aqui nando!!!
    se der, visita o meu...
    hehehehehe
    http://naomeame.blogspot.com/

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