segunda-feira, 27 de junho de 2011

CORDEL DA ANEL



CORDEL DA ANEL
Por Nando Poeta

A juventude no mundo
Sempre fez parte da cena.
De sair em turbilhão
Numa resistência plena.
Lutando por seus direitos
A conquista logo acena.

No centro, revoluções
Buscando o desconhecido.
Ultrapassando as muralhas
Do viver apodrecido.
Os jovens abraçam sonhos
Pra o mundo ser construído.

A sua energia espalha
Nas ruas rompem correntes.
Quebrando as velhas amarras
Em todos os continentes.
Abrindo no chão veredas
Influi corações e mentes.

Na história da humanidade
Um mundo de rebeldia.
Na luta por liberdade
Ditador se repudia.
Correr atrás da igualdade
Nunca será utopia.

No Maio em sessenta e oito
Trilhou-se um fértil caminho.
Em todo planeta terra
Foi grande o redemoinho.
Flores brotando da luta
Se separando do espinho.

Aqui no Brasil fervia
Uma cruel ditadura
Que impões ao movimento
A virulenta censura.
Com corte de liberdade
Recheada de tortura.

Lutadores sociais
Tratados como bandidos.
Dirigentes sindicais,
Estudantes perseguidos.
Por militares maldosos
Que assassinavam oprimidos.

Estudantes não se rendem
Alimentam a resistência.
Ditadura sanguinária
Com bastante truculência.
Impõe a força agressiva
Na mais cruel violência.

Entidades destroçadas
Tiradas fora do mapa.
Era a multidão na rua
Tratada com bala e tapa.
Assassinatos cruéis
Como o que ocorreu na Lapa.

Mas o ME na frente
Tocou o seu movimento.
Reconstruiu entidades
Enfrentou todo tormento.
Diretas, já e Anistia
Esse foi o engajamento.

E nas universidades
Também em secundarista.
ME passa a ter voz
E tem a grande conquista
De voltar a encher as ruas
Contra o capitalista.

Já no governo Sarney
A UNE se ajoelha
Deixa toda patronal
Puxar bem sua orelha.
Até Marco Maciel
Com ela se aparelha.

Bem lá nos anos noventa
Uma década perdida.
O Collor com pé na bunda
Do poder perde a guarida.
Foram os caras pintadas
Que na rua deu partida.

Depois dessa grande luta
Fica frio o movimento.
UNE E UBES se acomodam
Faz um forte juramento
De juntar-se à governante
Para receber provento.

No Itamar, FHC
Já foi muito serviçal.
Com o PT no poder
Lá no Planalto Central.
A UNE E UBES estiveram
Preso ao laço umbilical.

Ficar distante da base
É uma prática da UNE
Atrela-se ao governo
Aprovando o REUNI
Que sucateia o ensino
Deixando o governo impune.

O caminho da UNE é,
Desencontro, se perdeu.
Surge novo movimento
É real, já floresceu.
É ANEL brotando a luta
Num jardim que não morreu.

As verbas públicas minguada
Sofrendo um duro corte.
O ensino em agonia
Esperando só a morte.
Dinheiro pra tubarão
Continua em Dilma forte.

Nos Decretos dos governos
Educação é mercado.
Todo ensino quer é público
Estar sendo triturado
Entregue aos tubarões
De prêmio pelo Estado.

Queremos muito mais verbas
Professores concursados.
Movimento estudantil
Que tenha como aliado
A classe trabalhadora
E todo povo explorado.

Defender a autonomia
Pra ANEL é seu insumo.
Um ensino democrático
Projeto fica no prumo.
Nas praças de todo mundo
Buscaremos o nosso rumo.

ANEL sempre pra lutar
Presente no dia no dia-a-dia.
A nossa educação
Não será mercadoria.
Pra conquistar os direitos
Ocupa até reitoria.

Aqui, nas praças e no mundo
O novo pede passagem.
E nesse time de luta
Só joga quem tem coragem.
A UNE já é entulho
É essa nossa mensagem.

É preciso o movimento
Fortalecer a ANEL.
Para que as nossas lutas
Não fique só no papel.
Guarde logo na cachola
O que diz esse cordel.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

MANISFESTO DO CORDEL: NOS DEZ PÉS DO CAVALO PAULISTANO



Por Nando Poeta

Quem plantou a semente do cordel?
Na cidade que acolhe todo mundo
Em São Paulo de um coração profundo
Que abrigou o poeta menestrel
Num recanto que tem sabor de mel
Floresceu a poesia ano a ano
Que edifica o viver do ser humano
Com a coragem e o vigor do retirante
Fez os versos brotarem num instante
Nos dez pés do cavalo paulistano.

É a grande cidade nordestina
Que abraçou a cultura do migrante
E com ela ficou irradiante
Descobriu que o poeta era uma mina
Uma fonte de água cristalina
Que seus versos envenenam o tirano
E alimentam seu povo soberano
Escrevendo a história em poesia
De conflito, de amor e harmonia
Nos dez pés do cavalo paulistano.

Nessa terra o poeta cordelista
Propagou sua arte em todo canto
De alegria, de luta e de pranto
No folheto a poesia romancista
Numa critica segura sempre a vista
Entoou na defesa de um plano
Dos humildes, que vive no engano
De um povo sofrido é o porta-voz
Dos que lutam pra derrotar algoz
Nos dez pés do cavalo paulistano.

O planeta aqui se concentrando
Em diversidade de culturas
Fazendo elevar-se nas alturas
Onde um mundo que foi se edificando
E a riqueza de um povo germinando
Seja Árabe, Espanhol e italiano
Japoneses, o chinês e o africano
Nessa Sampa que é cosmopolita
A nação nordestina nela habita
Nos dez pés do cavalo paulistano.

O cordel no sudeste brasileiro
Sempre teve uma forte seleção
É São Paulo seu grande matulão
Do Antonio Teodoro, o garimpeiro
Do Amaro Quaresma, o folheteiro
E de Flankim Machado, o baiano
Jotabarros que é pernambucano
Manuel D'Almeida, o editor
Na Luzeiro o cordel é fina flor
Nos dez pés do cavalo paulistano.

Esse grande elenco fez a trilha
Espalhou na cidade a semente
Se plantou o cordel em cada mente
Que a estrela até hoje sempre brilha
Construindo mais essa maravilha
E no mundo literário é um vulcano
Tem a força bravia do oceano
O cordel faz em Sampa o movimento
Que propaga ligeiro como o vento
Nos dez pés do cavalo paulistano.

São Paulo hoje em dia é a arena
De uma turma que leva o cordel
Sem fronteira e da arte é bem fiel
Que entrou nesse mundo abrindo a cena
Florescendo de forma tão serena
De uma muda do chão paraibano
Hoje voa mais alto ganha, plano
E onde teve a Semana da Arte
O cordel já é forte baluarte
Nos dez pés do cavalo paulistano.

Na cidade o poeta peregrina
Declamando as histórias de seu povo
Transformando o antigo em algo novo
Levantando esse mundo da ruína
Nos seus versos habita a proteína
Caravana do Cordel nesse mundano
Movimento que tem grande tutano
E em São Paulo esse time acende a chama
E o amante da arte nele aclama
Nos dez pés do cavalo paulistano.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Cordel A Lição da Professora Amanda




Por Nando Poeta e Varneci Nascimento

Uma professora fez
Um chamamento ao Brasil.
Pra cuidar da educação
Que está como um barril
De pólvora para explodir
Da maneira mais ardil.

Do púlpito da Assembleia
Silencia deputado,
Secretária e Promotora
Num discurso inusitado
E responsabilizou
A cúpula do seu Estado.

Lá da esquina do mundo
No Rio Grande do Norte.
Uma voz suavemente
Com o seu sotaque forte
Trouxe aos educadores
A luta como suporte.

Encanta toda a nação
Com o seu depoimento.
Revelando ao país
A falta de tratamento
Para com o nosso ensino
Que vive no sofrimento.

Amanda Gurgel lançou
No país uma semente:
Que a luta pelo ensino
Esteja sempre à frente
E que todo(a) professor(a)
Não desista e sempre tente.

A lição de resistência
Dentro daquela assembleia.
Propagou por todo canto
A força de uma ideia
Que a nossa educação
Vive uma triste epopeia.

Seu discurso pontuou
Sobre o papel do ensino.
Abrindo um forte debate
Pra descascar o pepino
Do caos da educação
Tratada com desatino.

O retrato do ensino
No sistema brasileiro.
Revela a destruição
Do sistema bandoleiro.
Das políticas de governos
Que se vão pelo bueiro.

No vídeo foi contundente
Trouxe a tona uma verdade
Que a precarização
Tornou-se realidade.
Seu recado foi aceito
Por toda a sociedade.

Um fenômeno na internet
E nas redes sociais
Obrigando a toda mídia
A divulgar nos jornais
Televisado e escrito
Que ficarão nos anais.

Professores, pais, alunos
Na sua sabedoria
Logo deram o seu apoio
Ao discurso que viria
Se tornar uma força viva
Pra toda categoria.

As suas palavras firmes
Ecoaram pelo mundo.
Todos enxergaram nela
Um conteúdo profundo.
Por isso que propagou-se
Como pólvora, num segundo.

Amanda mira no alvo
E diz com todo respeito:
— Secretária a senhora
No depoimento feito
Diz que governo não pode
Atender nosso direito.

O sonho de educar
Sempre foi parte da vida.
Mas hoje a realidade
Abre uma grande ferida.
Professores(as) maltratados
Sem salário e sem guarida.

O discurso de Amanda
Causou frisson e magia
Por isso que resolvemos
Embelezá-lo, eu diria,
Colocando o já poética
Nos moldes da poesia.

Diante de cada fala,
Neste púlpito, explicitada
Eu organizei a minha
Pois estou angustiada,
De ver nossa educação
Sendo muito maltratada.

Frente a tanto número exposto
Irei dizer um ameno,
Que contém três algarismos
Singelos nesse terreno:
É um nove, um três, um zero,
Meu salário tão pequeno...

Este que é diferente
Dos muitos aqui citados
Dá porque vos pergunto:
Nobilíssimos deputados:
Os senhores viveriam,
Com nossos ganhos minguados?

Causaria constrangimento
Esta cifra tão precária
Por certo para os senhores,
Isso é só uma diária
Que não daria se quer
Para a sua indumentária.

Por isso que minha fala
Partirá dessas questões,
Pedindo que vocês vejam
As imensas aflições,
Do professor que trabalha
E pega três conduções.

Só quem é professor sabe
O sacrifício que faz
Para chegar ao trabalho
Ganhar pouco e não ter paz
Quem fala sem viver isso,
Só máscara ainda mais.

Nesse Estado nem em outros,
Seja no campo ou cidade
A nossa educação
Foi tratada de verdade
E nenhum governo fez
Dela uma prioridade.

A fala da maioria
E de Betânia Ramalho
Quer mascarar um problema
Que se arrasta e é falho,
Vivem da educação
Mas não querem ter trabalho.

Pedindo pra não falar
Da situação precária
É querer banalizar
E tratá-la feito pária
Deixada sempre de lado
De forma desnecessária.

Educação requer trato
O mais fino e mais gentil
Professor não pode ser
Tratado de forma hostil
Querendo que com um giz
Salve o imenso Brasil...

Com salas superlotadas
Sufocando a professora
Inviabilizando a aula
Matando uma educadora
E dessa forma me pedem
Que eu seja a redentora?

A secretária falou:
“Não seja imediatista;
Como assim minha senhora,
Nos aponte uma outra pista,
Se não comer não dou aula
E a morte se tem em vista...

Jessica tem necessidade
De uma ótima educação
Como eu também preciso
De uma boa condição,
Para fazer meu papel
Sem nenhuma aflição.


É interessante também
Que mudem a vossa fala
Dizendo que a qualidade
É grande e não se abala
Pois a nossa realidade
É outra dentro da sala.


Não teremos qualidade
Enquanto houver professor
Trabalhando nos três turnos
Doente, sentindo dor,
Sem tempo para estudar
E exercer seu labor.

Trabalhar de dia à noite
Se vai por necessidade
Para se ter o sustento
Não é uma vaidade
Querer ser valorizado
É a nossa qualidade.

Não pensem que é pra comprar
Alguma bolsa de marca
Mas pra se locomover
E se evitar a fuzarca
De atrasar pro trabalho,
Com a condição tão parca.

E se acaso andar de carro
Posso afirmar, isto é crível,
Não andará todo dia
Com o que ganha é impossível
Porque não tem condições
De bancar o combustível.

É essa a realidade
Que precisa ter um breque
Aprumar a educação
Mais solta de que um leque
Por isso não me envergonho
De mostrar meu contra cheque.

Mostro para professor
Aluno, pai e freguês
Sem nenhum constrangimento
Pois este por sua vez
Quem deve ter, certamente,
Lamento, mas são vocês.

Secretária me desculpe
Mas é grande a ingerência
E não vá mais a tevê
Pedir com toda eloquência
Para quem é professor,
Um pouco de paciência...

Paciência nós pedimos
E objetivo bem feito,
Com meta a ser alcançada
Que o Estado dê um jeito
E com a categoria
Betânia tenha respeito.

Porque não dá para gente
Voltar desmoralizado
Já chega de humilhação
O professor tá cansado
De nunca ser promovido
E de ser achincalhado.

Voltar pra sala de aula
Só com os vinte reais
De aumento de salário
É tão pouco, que é demais
Um governo pensar nisso
Mostra do que é capaz...

Pedimos maior respeito
Porque está impossível,
Quereremos negociar,
Porém não é flexível
Um governo que não quer
É quase inadmissível.

O caos que sempre apresentam
No rádio e televisão
Não é por causa da greve
Porque a destruição
Educacional já vem
De anos que longe vão.

Se a coisa tivesse boa
A greve ninguém faria
Mas como está tão ruim
A nossa categoria
Chega quase cem por cento
Parada no dia a dia.

Quanto a vocês deputados
Ouçam mais os professores
Vão as nossas assembleias
Rever os nossos valores
Não fiquem trancafiados
Como tem feito os senhores.

Ao Ministério Público
Peço respeito e cuidado
Fiscalizar tudo bem,
Mas aqui deixo um recado
Não proíba um professor
Comer tendo trabalhado.

Além de ganharmos pouco
O que já é importuno,
Na merenda, o professor,
Se tocar vira gatuno,
Porque a promotoria
Diz que ela é do aluno.

Esse cuscuz alegado
Eu afirmo ao promotor
Que nós não temos recursos
Por isso peço ao senhor
Não alegue mais comida
Para um trabalhador.

Os nossos salários parcos
Não nos permite comprar
Alimento todo dia
Pra fora do nosso lar
Pois se assim eu fizer
Em casa pode faltar.

São muitos colegas que
Comem um cuscuz alegado
Eu agradeço e termino
Este singelo recado,
Respeitem a educação
E a todos muito obrigado.

Do PIB são dez por cento
Para um justo investimento
Que entidades de luta
Façam logo o movimento.
Exigindo dos governos
O seu pleno cumprimento.

Foi esse o discurso que
A professora sem giz
Deu uma aula bonita,
Na fala foi tão feliz
E que causou comoção
Em todo o nosso país.

domingo, 5 de junho de 2011

HISTÓRIA DO PSTU EM CORDEL

A história do PSTU em cordel
Por Nando Poeta

O Ponto de Partida
Foi a Liga Operária.
Fundada por exilados
Por jovens na faixa etária
Que não quiseram o foquismo
E sim luta proletária.

No Chile quando chegaram
Entraram no movimento.
De volta para o Brasil
Ver no Trotskismo alento.
Vivia-se a Ditadura
Um regime de tormento.

No ano setenta e oito
Eleição parlamentar.
Chamou a Liga Operária
No trabalhador votar.
Fez uma campanha contra
O regime militar.

Aí veio a Convergência
Chamada Socialista.
Um grão da revolução
Na união otimista.
Para que trabalhadores
Seja mais um comunista.

A CS defendia
A construção de um partido.
De cunho Socialista 
E na luta aguerrido.
Muitas vozes reclamaram
Desse ponto definido.

A tese de Santo André
No ano setenta e nove
Apresentou-se em plenário,
O mundo todo comove
O sonho de um PT
Para que a classe aprove.

No Estado de São Paulo 
Em Lins, no interior,
Congresso de Metalúrgicos
Na época de ditador.
O PT foi se formando
Contra o explorador.

A defesa ela foi feita
Pelo jovem Zé Maria.
Metalúrgico em Santo André
Cidade em que ele vivia.
O Lula nesse congresso
Aceitou com euforia.            

A moção foi aprovada
Nasceu o novo partido.
Do campo e da cidade
Sem patrões seja regido.
Nas teses de Santo André
Teve seu nome escolhido.

O PT surgiu na luta
Com toda base classista.
Não tendo em seu programa
Ideia socialista
Mesmo com esse limite
Foi anticapitalista.

Assim teve construído
Com mão do Trabalhador.
Reuniu sindicalista,
O peão, o lavrador,
Dona de casa, estudante,
Gente de muito valor.

Setores religiosos,
As correntes trotskistas,
Movimento de mulheres,
Todas elas feministas.
Só não tinha em seu meio
Os patrões capitalistas.

No fim dos anos oitenta
O PT se acomoda
Dedica-se ao parlamento
E passou a criar moda
De dar um giro à direita
Prendendo da luta a roda.

Na luta do Fora Collor
O PT teve a demora.
Desautorizou a base
Botar o Collor pra fora.
Por isso a Convergência
Foi mandada logo embora.

A esquerda do PT
Aumentou a resistência.
A direção burocrática
Expulsou a Convergência,
Corrente socialista
Que não perdeu sua essência.

Com a CS expulsa
Mais de dez agrupamentos.
Em solidariedade
Não ficou só nos lamentos.
Acompanhou a CS
Naqueles enfrentamentos.

Na capital de São Paulo
O local da reunião.
No ano noventa e três
Selou-se a união,
Sete centenas de gente
Teve a participação.

Naquele histórico encontro
Surgiu uma grande Frente
Sendo Revolucionária
Esteve sempre presente,
Na luta do Fora Collor
Fazendo forte corrente.

Várias correntes vieram
Uma delas foi a Liga.
Na cidade e no campo
A companheirada siga.
Somando-se ao projeto
Entrou logo nessa briga.

E o Partido da Frente
Socialista também teve.
Junto com outras correntes
Na formação se manteve.
PSTU surgiu,
E na luta sempre esteve.

Inicia-se o processo:
O de recomposição.
Lutador e seus princípios
Deles não abriram mão.
O novo partido vem
Para a nova construção.

Convocou-se um encontro
Pra ser em Belo Horizonte.
Lutadores socialistas
Que sempre estará no fronte
Para no socialismo
Beber nessa nova fonte.

Reforçou o movimento
Na busca da solução
De um partido de luta
Em prol da revolução
Que ajunte lutadores
Da cidade, do sertão.

No ano noventa e quatro
No dia cinco de junho.
Socialistas lutadores
Ergueram junto o punho.
Nesse ato grandioso
Fez-se o grande testemunho.

Naquele grande momento
Surgiu à alternativa.
Um partido socialista
De ação conspirativa.
Pra derrubar capital
E a classe ter voz ativa.

Era o PSTU
Que na sua fundação
Somou-se a militantes
Fazendo forte fusão.
Os princípios, o programa
Trouxeram muita união.

Partido de militantes
Honestos e lutadores.
Uma vida dedicada
Contra os cruéis opressores.
Em defesa do trabalho
Em prol dos trabalhadores.

PSTU, partido
De tão bravos militantes
De lutas, abnegados
Que nas lutas são brilhantes.
Não hesitam na batalha
Sempre são bem atuantes.

Um partido que apóia
Lutas de trabalhadores.
Combatendo todo dia
Desmandos de opressores.
Por uma sociedade
Que não haja exploradores.

O PSTU prega
A luta do marxismo.
Em prol do trabalhador
Morte ao capitalismo.
A revolução brotando
Erguendo socialismo.

Em seu local de trabalho,
Escola e moradia.
PSTU na rua
Nas lutas do dia-a-dia.
No alto nossa bandeira
Contra toda tirania.

Seja no Brasil, no mundo
Queremos socialismo,
Democracia operária
E internacionalismo.
Um partido mundial
Adepto do comunismo.

O Partido é construído
Priorizando a luta.
Defendendo os interesses
Do lado de quem labuta.
Revolução é caminho
É essa nossa conduta.

Partido do socialismo
E do proletariado.
Não abre mão de direitos
Defendendo o explorado.
Queremos você na luta
Juntando-se ao nosso lado.





quarta-feira, 1 de junho de 2011

Usina de Belo Monte:Governo Dilma dispara contra o Rio Xingu



No crime de Belo Monte
Lula puxou o gatilho
Do Xingu tira seu brilho
Veneno joga na fonte
Ofuscando o horizonte.
Um presente para empresa
Que mata a natureza
E povos dessa floresta
Pancada leva na testa
Bioma não tem defesa.

Não bastasse o São Francisco
Com sua transposição.
Exercito de arma em mão
Impondo a força o confisco
O rio caindo em risco
E vida de pescadores
Sem peixe, água, e com dores
Florestas sendo alugadas
Por gringos são devastadas
Os seus fies predadores.

Os índios do rio Xingu
Perderão pesca e a caça
Vão jogados à desgraça.
Não come mais o pitu
Também não tem o tatu
Ficando sem o alimento
É pleno seu sofrimento.
Moradores da floresta
Que não cala, mas contesta
Tem força seu argumento.

Se construir a usina
O rio vai perder vazão
Ribeirinho fica na mão
A tribo de índio afina
É fim d’água cristalina
O peixe nada pra a morte
Fauna, flora sofre corte
E o nosso pulmão do mundo
Sumirá em um segundo
E a mata fica sem norte.

A força de um leilão
Governo é truculento
Fazendo engajamento
Com a classe do patrão
Fez conchavo e união
Mas sempre Lula dizia
"Que isso nunca faria".
Apertando foi o IBAMA
Desse órgão fez a cama
Investe em Norte Energia.

Consórcio que é vencedor
Arrebata no pregão
Promete fim do apagão
Com governo torcedor
Dele é financiador
Passou por cima de lei
Atua só com sua grei
Aniquila o rio Xingu
Diz que tudo é um tabu
Impondo como um rei.

No Estado do Pará
Terceira maior do mundo
Deixando rio moribundo
O Belo Monte até lá
Lucrar vai ser bê-á-bá
Enriquecendo os patrões
Empapando seus bilhões
E na mata o habitante
Tenta fazer o levante
Vão quebrando seus grilhões.

A construção da usina
Sabemos do resultado
Ave, planta, índio afogado
De Tucurui, Balbina
Cidades caem na ruína
A índia Kaiapó Tuira
Em seu momento de ira
Com facão quase dá corte
Em chefe da Eletronorte
Na cidade de Altamira.

A luta já é antiga
Contra essa construção
Kararaô é contramão
E que obra é inimiga
Faz estrago e muita intriga
Usina de Belo Monte
Não é construir a ponte
Entre a mata e a cidade.
Ao contrário, é falsidade
Pra floresta é desmonte.