sexta-feira, 17 de junho de 2011
MANISFESTO DO CORDEL: NOS DEZ PÉS DO CAVALO PAULISTANO
Por Nando Poeta
Quem plantou a semente do cordel?
Na cidade que acolhe todo mundo
Em São Paulo de um coração profundo
Que abrigou o poeta menestrel
Num recanto que tem sabor de mel
Floresceu a poesia ano a ano
Que edifica o viver do ser humano
Com a coragem e o vigor do retirante
Fez os versos brotarem num instante
Nos dez pés do cavalo paulistano.
É a grande cidade nordestina
Que abraçou a cultura do migrante
E com ela ficou irradiante
Descobriu que o poeta era uma mina
Uma fonte de água cristalina
Que seus versos envenenam o tirano
E alimentam seu povo soberano
Escrevendo a história em poesia
De conflito, de amor e harmonia
Nos dez pés do cavalo paulistano.
Nessa terra o poeta cordelista
Propagou sua arte em todo canto
De alegria, de luta e de pranto
No folheto a poesia romancista
Numa critica segura sempre a vista
Entoou na defesa de um plano
Dos humildes, que vive no engano
De um povo sofrido é o porta-voz
Dos que lutam pra derrotar algoz
Nos dez pés do cavalo paulistano.
O planeta aqui se concentrando
Em diversidade de culturas
Fazendo elevar-se nas alturas
Onde um mundo que foi se edificando
E a riqueza de um povo germinando
Seja Árabe, Espanhol e italiano
Japoneses, o chinês e o africano
Nessa Sampa que é cosmopolita
A nação nordestina nela habita
Nos dez pés do cavalo paulistano.
O cordel no sudeste brasileiro
Sempre teve uma forte seleção
É São Paulo seu grande matulão
Do Antonio Teodoro, o garimpeiro
Do Amaro Quaresma, o folheteiro
E de Flankim Machado, o baiano
Jotabarros que é pernambucano
Manuel D'Almeida, o editor
Na Luzeiro o cordel é fina flor
Nos dez pés do cavalo paulistano.
Esse grande elenco fez a trilha
Espalhou na cidade a semente
Se plantou o cordel em cada mente
Que a estrela até hoje sempre brilha
Construindo mais essa maravilha
E no mundo literário é um vulcano
Tem a força bravia do oceano
O cordel faz em Sampa o movimento
Que propaga ligeiro como o vento
Nos dez pés do cavalo paulistano.
São Paulo hoje em dia é a arena
De uma turma que leva o cordel
Sem fronteira e da arte é bem fiel
Que entrou nesse mundo abrindo a cena
Florescendo de forma tão serena
De uma muda do chão paraibano
Hoje voa mais alto ganha, plano
E onde teve a Semana da Arte
O cordel já é forte baluarte
Nos dez pés do cavalo paulistano.
Na cidade o poeta peregrina
Declamando as histórias de seu povo
Transformando o antigo em algo novo
Levantando esse mundo da ruína
Nos seus versos habita a proteína
Caravana do Cordel nesse mundano
Movimento que tem grande tutano
E em São Paulo esse time acende a chama
E o amante da arte nele aclama
Nos dez pés do cavalo paulistano.
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Poetas em caravana
ResponderExcluirConclamando o nosso povo,
A maior interação,
Num comportamento novo,
Para cumprir seu papel,
Só assim, vejo o cordel
Quebrar a casca do ovo.
A Caravana nasceu,
ResponderExcluirTendo por objetivo
Divulgar nossa cultura
Por um cordel mais ativo.
Faz sua cena sem pano,
E por isso não tem dono,
Ela é um coletivo.
Pena que São Paulo é longe
ResponderExcluirE tenho que trabalhar
Espero que o Congresso
Um dia venha pra cá
para trocarmos ideias
Bahia e Pauliceia
Nesta arte de rimar.
Jotacê Freitas
Galope à Beira do Mar de Minas
ResponderExcluirCompadre Lemos
Falar sobre Minas agora pretendo
Só não sei se encontro é inspiração.
Mineiro, eu me lembro de que meu torrão
Não conta com praias, e eu me surpreendo
Com a força do povo e, então eu entendo
A grande alegria de um belo cantar.
Mas, sendo poeta, não posso deixar
De ter sempre a ajuda dos nossos Profetas!
Aprendo das nossas estátuas diletas,
E esqueço que Minas Gerais não tem mar!
Eu falo, no início, de Belo Horizonte,
A bela, pacata e gentil Capital.
E tem Ouro Preto, tão tradicional.
Também, Valadares, a ilha e a ponte.
Depois, Caxambu, suas águas, na fonte,
Juiz (lá) de Fora vem só para julgar.
“Berlândia”, Uberaba, que são, par a par
Paragens do milho e também da pamonha!
Eu amo o meu Vale do Jequitinhonha,
E esqueço que Minas Gerais não tem mar.
A fome, aqui, você já desconhece,
Sol quente ou na luz forte dessa candeia.
Se chega faminto, sai barriga cheia,
Comida que come você nunca esquece.
Franguin com quiabo, que já lhe apetece,
Café tão gostoso, quentin, pra tomar,
Licor bem docin você vai degustar
Um bom cigarrin, feito da mió paia!
Fumim tão gostoso, qui ocê se atrapaia
E esquece que Minas Gerais não tem mar!
Histórias que conta este povo mineiro
De tantos cantores, atores, poetas,
Deixando as almas sorrindo, inquietas,
No embalo de um causo engraçado e mateiro!
Nas festas, sanfona viola e pandeiro
E o canto de um povo que sabe cantar,
Sutil mensageiro da arte de amar.
Turista que chega se perde e distrai
Esquece do “ok”, e se apega no “uai”
Não lembra que Minas Gerais não tem mar!
E deixo, por fim, um convite ao amigo
Pois nossa a alegria foi sempre acolher
Poetas, que, um dia, eu creio, hão de ser,
Com fé, recebidos em nosso abrigo.
E nunca se esqueça daquilo que digo:
De muda, ou mesmo só pra passear,
Apois, venha logo, se deliciar
Em Minas, que vive, com amor, de verdade,
Sem praia, mas tendo só felicidade,
Pois Minas Gerais não precisa de mar!
**********************************
Compadre Lemos
( Luiz Carlos Lemos )
luzcar@oi.com.br
www.compadrelemos.com
Parabéns poeta. Você se superou!
ResponderExcluirPARABÉNS NANDO POETA
ResponderExcluirÉ louvável o cordel na internet
ter o seu mágigo espaço a cada dia
alargado, e no ser da poesia
o bom verso deixar de ser maquete,
desdes os tempos em que era "pivete"
já ouvia o cordel do veterano
sertanejo, ganhar a cada ano
uma luz mais brilhante em sua meta
PARABÉNS à você NANDO POETA
Nos dez pés do cavalo Paulistano.
Raul Poeta
Juazeiro do Norte Ceará