quinta-feira, 28 de novembro de 2013

EM DEFESA DO CORDEL OU DE UM DOGMA DE FÉ

EM DEFESA DO CORDEL OU DE UM DOGMA DE FÉ

Sobre o matutes de Bob Motta escrito em sua coluna no último dia 23 de novembro, fiquei matutando.
O poeta fez algumas considerações na discussão sobre as origens do cordel.
Todo seu artigo faz a defesa implacável de um “Dogma de fé”
1) Que o cordel veio da Península Ibérica;
2) Que veio com os colonizadores;
3) Que o cordel é folclore;
4) Que o cordel era comercializado em cordões nas feiras.
Todas essas afirmações ao longo do tempo foram cristalizadas como verdades absolutas.
A verdadeira origem do cordel é essa e pronto.
 Não se pode apontar outro rumo.
E ai de quem se atreva em mostrar outro caminho.
Será proibido questionar esses pilares impostos como uma verdade absoluta? Discordar dessas certezas não será um direito legítimo? Ou para quem discorda daqueles que impuseram essas afirmações, merecem serem achincalhados?
Como o poeta Bob Motta fez:
Acusando de baboseiras e aberrações o que o poeta Varneci Nascimento apresentou no debate.
 Afirmando que o “papa do cordel” deveria tomar umas aulas.
Que deselegante.
Meu caro Bob Motta esse debate que se vem realizando em todo Brasil é legítimo, e busca colocar o cordel no centro das atenções, e que não foi a primeira vez que estamos discutindo aqui em Natal.
Já existiram vários momentos nesses últimos dois anos que temos travado esse debate.
 Infelizmente foi sua primeira participação.
E fique sabendo que os poetas não ficaram calados, já fizemos fortes debates sobre esse conteúdo.
Agora tudo isso que você, Bob Motta, externou em sua coluna poderia ter colocado nos vários momentos de debate proporcionado na I Semana do Cordelista, mas não o fez, ao contrário, se ausentou do debate no momento que acontecia entre os poetas.
Não acusem os poetas de estarem ouvindo as baboseiras em silêncio.
 Você não pode só está escrevendo no matuteis, teria que agir como um verdadeiro matuto. Falar as coisas na bucha.
Essa postura sua ficou longe.
Ao contrário do que você falou na sua coluna, esse debate vem para quebrar o dogma de fé, que sempre foi propalado como única verdade.
A sua coluna pode ser uma trincheira muito importante na propagação desse gênero literário.
Como por exemplo, dela ter divulgado a realização da I Semana do Cordelista.
Você poderia estar discutindo em sua coluna, por que o poder público não ajudou na realização desse evento?
Acho que isso ajudaria.
 Agora ficar só de torcedor, não é uma postura que contribua.
Entre no jogo, venha para o debate.
Abra sua coluna para que as diversas opiniões tenham o direito de se expressarem. O desafio está feito.
Vamos estimular a realização de ciclos de palestras sobre o cordel entre os poetas e interessados para que possamos todos estudar juntos as teses apresentadas por todas as vertentes.
Isso ajudaria e muito na nossa formação.
“Vamos ficar alerta e não aceitarmos como Dogma de fé”, o que foi estabelecido há séculos como verdade sobre a história do cordel.
Quanto a mandar o poeta Varneci Nascimento estudar, você deveria ter mais respeito pela história dos outros, pois ele é um menino que se formou em História na Universidade Estadual da Paraíba, portanto não é um a toa como sugere o seu texto.
 Chamá-lo ironicamente de “papa da literatura de cordel” e dizer que ele falou “aberrações” é no mínimo deselegante, com quem se mostrou tão amigo e simpático com todos os poetas de Natal e foi querido e respeitado por todos, basta olhar as postagens que os natalenses fizeram a respeito da passagem dele por aqui.
Nando Poeta



Nenhum comentário:

Postar um comentário