terça-feira, 29 de novembro de 2016



Por Aderaldo Luciano
Há tempos o Cordel Brasileiro está necessitando de um encontro nacional que possa determinar os rumos da arte no Brasil. Uma prévia desse encontro pode-se testemunhar em Natal durante os dias 16 a 19 de novembro. A coragem e a abnegação dos organizadores foram suficientes para realizar uma festa literária com recursos oriundos de pessoas e entidades apologistas e engajadas nas lides culturais brasileiras.
Saindo de Pitangui, do aconchego e do abraço de Seu Manoel, rumei para Natal no dia 16 para, com José Acaci e Marciano Medeiros, poetas e empreendedores culturais, abrir o Círculo Natalense de Cordel. O tema O Cordel e a Literatura Brasileira serviu-nos de inspiração e provocação. Inspiração para reunir nossa experiência e provocação para extrair dessa mesma experiência nossa mais incômoda situação.
Sair da zona de conforto, como dizem, é deixar-se invadir pela dúvida e questionar os caminhos trilhados. Naquela noite, pude pensar e repensar os conceitos poéticos aplicados ao cordel, oriundos da construção de uma Teoria Geral do Cordel Brasileiro que tento, da maneira mais acirrada, elaborar. Os colegas de trilha e os amigos de vida ofertaram-me muita compreensão e tolerância. Pude olhar seus rostos e suas aflições no decorrer de minha fala em uma das salas da Pinacoteca Potiguar, antiga sede do governo estadual do Rio Grande do Norte.
Evoluí do radicalismo ao sectarismo, no que diz respeito aos estudos e sua aplicação ao caldeirão poético do cordel. Despi minha alma na busca de ser compreendido. Observei que é de extrema necessidade a construção coletiva do caminho. Aquele dia 16 de novembro de 2016 foi o combustível do qual eu precisava no entendimento da necessidade vital, para nós e para o cordel, de um encontro nacional, urgente, para estabelecer a senda dos próximos 20 anos de cordel.
O Círculo Natalense de Cordel consolidou-se no ponto de partida do diálogo e da luta conjunta. Todas as mesas, todos os debates, foram a marca do congraçamento. Todos sabemos das dificuldades pelas quais passamos: nossas vaidades, nossas mágoas, nossos anseios, nossas buscas pessoais, isso tudo, tem nos afastado e nos levado por caminhos antagônicos. O Círculo nos provou que é possível o caminho uníssono, mesmo que em raias diferentes. A chegada é a mesma! Acredito!

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