terça-feira, 20 de novembro de 2012

Cordel sobre o ACE dente


Por Nando Poeta

Chamo atenção de você
Trabalhador do país:
Seus direitos trabalhistas
Estão quase por um triz
E os falsos sindicatos
Sem nenhuma diretriz.

Vieram muitos ataques
De governo e patronal
Que esmagando os direitos
Faz crescer o capital
E massacrou o trabalho
Da maneira mais fatal.

Do direito conquistado
Se exige preservação.
Lutamos para mantê-los
Deles não abrimos mão
Os sindicatos que entregam
Cometem uma traição.

No mundo os povos reagem
A esse ataque tão forte
De flexibilizar
Fazendo um profundo corte
É sangrar a última gota
Esgotando-o até a morte.

É a precarização
Rondando solta no mundo
Mantendo os lucros no alto
No seu ataque profundo
Retrocedendo as conquistas
Que sumirão em segundo.

No Brasil os sindicatos
É parte de toda história
Na frente das grandes lutas
Já nos encheram de glória
Derramaram o próprio sangue,
Ficaram em nossa memória.

Os patrões pra desviarem
A luta do sindicato
Cooptaram diretores
Que ao governo ficou grato.
A entidade sem luta
Trilhou num caminho pacato.

Sempre foi objetivo
Do governo de plantão
Mexer em nossos direitos
Tirar da legislação
O que havia conquistado
Para agradar ao patrão.

Durante o longo do tempo
O governo tem insistido
Em reformas trabalhistas
E assim tem agredido.
Roubando o fruto das lutas
Duramente garantido.

O FHC tentou
Valer o negociado
Passando como um trator
Por cima do legislado
Favorecendo as empresas
Com macabro resultado.

Também o Lula embarcou
Na reforma sindical
Abrindo a brecha na lei
Com ajuda federal
Pra dar lucro aos dominantes
De uma forma colossal.

O Lula se esbarrou
Com o tal do mensalão
Que na época detonou
A sua grande intenção
De fazer sua reforma
Para salvar o patrão.

Contra essas tentativas
Levantou-se o movimento.
Tanto FHC e Lula
Recuou desse tormento.
Foram lutas, muitas marchas
Contra o descabimento.

Agora voltou a tona
A reforma trabalhista
O sindicato da CUT
Com seu perfil entreguista
Fez o projeto do ACE
Um plano de vigarista.

Certo dia em Brasília
A cúpula se reuniu
Do ABC, o sindicato
Com a Dilma se uniu
Pactuou com o governo,
Nosso direito ruiu.

O ACE é uma bomba,
Vai explodir num minuto
Direitos subtraídos
Como se fosse mau fruto.
A marca desse projeto
É ser mal absoluto.

É um ataque ferino
Do governo federal
Impondo esse mau acordo
Coletivo especial
Que retira os direitos
A mando da patronal.

O ACE é a negação
Dos direitos trabalhistas
É a voz da patronal
Destruindo as conquistas
Onde empresários se juntam
Com falsos sindicalistas.

O ACE fez a promessa
Que trará modernidade
Dinamiza economia
Consumo na liberdade
Emprego pra todo mundo
Tudo a maior falsidade.

Dirigentes do ABC
Nesse meio é pioneiro
Em acordos tripartites
Na mesa foi o primeiro
Acertando com patrões
Esse acordo desordeiro.

No ano noventa e dois
Metalúrgicos do ABC
Através do sindicato
Pôs o direito a vender
Nas Câmaras Setoriais
Ao patrão foi se render.

O direito de emprego
Entregou-se de bandeja
Deixou o trabalhador
Sem nem ter uma cereja
E na falta de trabalho
Vive na forte peleja.

Esse projeto de lei
É uma pura armadilha
O governo vende o peixe
Dizendo ser maravilha
E o sindicato é anzol
Caindo nessa partilha.

Fiquem atento as ameaças
Nesse projeto contido
Pois a CUT e o Governo
Nem um pouco arrependido
Se somou ao empresário
Seu amigo preferido.

Os trintas dias de férias
Querem deixar fatiado
Em três vezes ou além
O gozo bem parcelado
E a jornada de trabalho
Crescendo pra todo lado.

Se reduz a hora extra
Com o seu valor igual
De uma remuneração
Dessa jornada normal
Parcela o décimo terceiro
Ao pagamento mensal.

Àquela hora de almoço
Não será obrigação
Ficará sempre a critério
De uma negociação
Deixando bem vulnerável
A pressão de um patrão.

A jornada de trabalho
Querem fazer intervalo
Trabalhando quatro horas
Suspende três no estalo
Voltando para mais quatro
O dia terá abalo.

O ACE poderá ser
Um canal de abertura
Que levará o direito
Pra rua da amargura
O ACE é um acidente
De grande envergadura.

Para manter o direito
Temos que ganhar a rua.
Unificar nossas lutas
Contra toda falcatrua.
Se não reagir agora
Esse ataque se acentua.

Venha engrossar a luta
Trazendo o trabalhador
O estudante, o sem-terra
Revelando o seu valor
Desempregado, o sem-teto
Contra o ACE esmagador.

Vamos juntar nosso bloco
Fortalecendo a luta
Unir o trabalhador
Para fazer a disputa
Desmantelando esse ACE
Com a força de quem labuta.




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