CORDEL:
Senhora Governadora
És fruto do movimento.
Nesta bancada da luta
Colhesse teu pensamento.
Levou chuva, sol, poeira
Dormisse em acampamento.
A luta sempre foi árdua
Cada dia uma batalha.
As nossas conquistas foram
Sempre no fio da navalha.
Enfrentando governantes,
Duro igual uma muralha.
Os ventos sopraram forte
Querendo abalar a luta.
Com o vil Geraldo Melo
Aplicando a força bruta.
A brava categoria
Teve força na disputa.
Você era dirigente
Da nossa categoria.
Enfrentou os governantes
E a prática da tirania.
O Sindicato com a base
Numa envolvente harmonia.
Nas ruas marchando firme
Pelo centro da cidade
Praça Sete de Setembro
Foi palco da liberdade
De peito aberto e unidos
Contra a força da maldade.
Cavalaria e soldados
Reprimindo o movimento.
A greve uma forte arma
Era o nosso instrumento.
Sem baixar nunca a cabeça
Se fazia o enfrentamento.
Foi bem nos anos oitenta
Que a greve ecoava forte.
No Brasil Greves Gerais
Guiando, dando o suporte,
E aqui na esquina do mundo
A luta foi dando o norte.
Um sindicato de luta
Forjado na união.
Com todos que habitavam
Na escola, o seu chão.
Agora eram mais fortes
Com sua unificação.
O Sinte erguido, guiava
Funcionários, Professores
Somando o caminho da luta
Juntos com Supervisores.
No Extraclasse estampava
A luz de Orientadores.
Veio José Agripino
Também Garibaldi Filho
Um sindicato na luta
Nunca deixou o seu trilho,
Conduzindo as nossas vidas
Encenou com muito brilho.
A luta seguindo em frente
Ecoou nas eleições.
Com os dirigentes do Sinte
Eleitos nas votações.
Junior Souto e Mineiro
Fátima ganhou corações.
A categoria toda
Se sentiu representada
Só que a vida real
Mostrou a carga pesada.
Seus antigos dirigentes
Ficou na encruzilhada.
As batalhas não cessaram
Seja qual for o cenário.
Veio a Vilma e a Rosalba
A luta foi o rosário.
Pela a escola democrática
E por ter justo um salário.
E no Governo de Robson
Não foi muito diferente.
Um setor do sindicato
Foi um defensor ardente,
Dentro daquele governo
Misturou-se com a serpente.
E foi nessa breve história
Que a Fátima palmilhou.
Sua carreira política
Nesse Brasil despontou
E lembra que a lei do piso
Foi ela que relatou.
Quando um governo negava
A pagar a lei do piso.
Dizendo não ter dinheiro
Que o governo estava liso.
Fátima dizia: - É mentira
Não pagar é prejuízo.
Na sua voz contundente
Argumentava bem forte:
- O piso é lei, faça
valer
Não pode perder o norte.
- Pague o piso, ou
pague o preço
Lutaremos até a morte.
Foi sempre esse o recado
Muitas vezes da tribuna.
Com sua voz afiada
Na sua mão a borduna.
Mostrando que o governo
Escondia toda fortuna.
Agora no Executivo
Repete essa ladainha.
Que o governo não tem grana
E nem pode sair da linha.
Pisando, esmagando o piso
Mexendo na panelinha.
Fátima Bezerra, se ligue
Não rasgue a lei do piso.
Atenda logo essa pauta
Ponha a mão em seu juízo.
Você foi a relatora
Agora, traz prejuízo.
A greve foi a lição
Que você mais propagou.
Agora no seu governo
Um prato com fel provou.
Sem o piso não tem aula
Nossa assembleia aprovou.
A greve tem aumentado
É a nossa fortaleza.
A categoria unida
Vencerá, com a destreza
De quem segue consciente
Com força da correnteza.
Não aceitamos assédio
Pois é justo o movimento.
Os celetistas só querem
Ter um mesmo tratamento..
Um terço de férias e o décimo
Atrasar é um tormento.
Queremos que a nossa pauta
Seja logo atendida.
O Plano do Servidor
Venha logo em seguida.
A lei de Escola integral
Que seja logo parida.
É urgente minha gente
Ter reforma na escola,
Algumas que são entregues
Fizeram uma meia sola.
Pra nossa população
O governo não dá bola.
A total compreensão.
Pois a greve que fazemos
Defende a educação.
Não queremos que ela fique
Se arrastando no chão.
Obs: Feito em 24 de fevereiro de 2022, atualizado em 28 de
fevereiro de 2025 em Natal-RN.