domingo, 9 de novembro de 2025

 


9º Círculo Natalense do Cordel

O Ponto de Memória Estação do Cordel realiza, de 13 a 15 de novembro de 2025, o 9º Círculo Natalense do Cordel, no Centro Histórico da Cidade Alta, em Natal-RN. O evento celebra os 160 anos de Leandro Gomes de Barros, o pai do cordel brasileiro, com o tema “Leandro Gomes de Barros: a permanência da poesia cordeliana na atualidade”. A programação inclui feira de cordel, mesas de ideias, lançamentos literários, cortejos culturais, saraus, shows e oficina de xilogravura com o mestre Josafá de Orós (PB).

Consolidado como um dos mais importantes encontros da cultura cordeliana potiguar, o Círculo reúne cordelistas, repentistas, educadores, artistas e o público em geral para celebrar a arte independente, a liberdade de expressão e a força da poesia nordestina. Durante três dias, a Praça Padre João Maria e espaços culturais vizinhos serão tomados por versos, rimas, xilogravuras e música popular.

As inscrições estão abertas:
🔗 Círculo: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLScU_4biUmpY4fPvYhDOAWUaIl-lb3ShErwTmo-d4FA1OTGXGQ/viewform?usp=header
🔗 Oficina de Xilogravura: https://linkdireto.co/oficina
Contato para informações:
📧 estacaodocordel@gmail.com
📞 (84) [99817-1692/98811-3695]
📱 @estacaodocordel


PROGRAMAÇÃO OFICIAL

9º CÍRCULO NATALENSE DO CORDEL

 

13 a 15 de novembro de 2025
Centro Histórico da Cidade Alta – Natal/RN
Tema Central:
Leandro Gomes de Barros: 160 anos do Pai do Cordel e a permanência da poesia cordeliana na atualidade

📅 DIA 13 • QUINTA-FEIRA

08h — Café com Poesia
📍 Estação do Cordel

09h30 — Abertura Oficial
Mesa institucional: ANLiC-RN, Academia de Trovas, SPVA, Instituto Histórico e Geográfico do RN e a Academia de Cordelista de Alagoas(AALC)

10h às 22h — Feira de Cordel na Praça

10h às 12h — Mesa de Ideias
O Boi Misterioso: ecos da escrita indígena no cordel
• Mediadora: Tonha Mota (RN)
• Palestrantes: Aderaldo Luciano (PB) e Carlos Alberto (RN)
📍 Instituto Histórico e Geográfico do RN

12h — Exposição: Xilos de Barros: homenagem a Leandro Gomes de Barros no Bardallos

13h30 — Mesa de Ideias: A presença da xilogravura nos folhetos de cordel
• Mediadora: Adélia Costa (RN)
• Palestrantes: Josafá de Orós (PB), Letícia Parenga (RN) e Alcides Sales(RN)
📍 Bardallos

15h — Entre Quatro Versos, um Universo
• Mediadora: Tereza Custódio (RN)
• Participações: Hélio Alexandre(RN), Francisco Gabriel(RN) e Marciano Medeiros(RN)

📍 Estação do Cordel

16h30 — Lançamentos Coletivos
Poemas de Quinta (Pedro César) • Se Pensamento Falasse (Hérculys França) •
Acerta o Passo • Mocoronga (Célia Bombom) • A lenda do Carro Caído(Simone Maria) • No tempo que eu era grande(Marcelus Bruce) • O oficio do historiador e da historiadora/O dia que Bandica deu pra Budega(Cláudio Wagner) • Antropormorfismo em o Cachorro dos Mortos de Leandro Gomes de Barros(Tin Tin Alves).

17h30 — O Som da Capoeira
• Grupo de Capoeira Escolar — Rodrigol

18h — Cortejo
Cordão do Boi Misterioso

18h30 — Roda de Conversa
Morte, Vida e Manguebeat: caminhos da criação e da crítica social

  • Lançamento do cordel de Adaécio Lopes

19h15 — CORDELUTAS: mulheres que andam com cordéis

20h — Show de Hérculys França: EU E OUTROS NÓS – Participação de Débora Souza e Adélia Costa

20h30 — Show: Coco na Praça com Coco da Marruá

📅 DIA 14 • SEXTA-FEIRA

09h — Roda de Cordel com as Escolas
10h às 22h — Feira de Cordel na Praça

13h30 — Mesa de Ideias
O Cordel na Trilha Potiguar: memória, cultura e resistência
• Mediadora: Geralda Efigênia (RN)
• Palestrantes: Nando Poeta (RN) e Mané Beradeiro (RN)
📍 Instituto Histórico e Geográfico do RN

15h – Cantoria
Homenagem de Felipe Pereira e Helânio Moreira a Leandro Gomes de Barros

15h30 – Mesa de Ideias
Tema: Leandro Gomes de Barros: a pedra angular do cordel brasileiro

  • Mediador: Aderaldo Luciano (PB)
  • Palestrante: Guttemberg Pereira de Farias (PB)

17h – Lançamento de Livro
Leandro Gomes de Barros e os Primórdios do Cordel Brasileiro
📍 Local: Instituto Histórico e Geográfico do RN

17h30 — Aélcio do Mamulengo na Praça

18h — Lançamento
Livro Valores Rimados: Cordéis que transformam — Filipe Borges

18h30 — Sarau na Praça
Filipe Borges • Chico de Iaiá • Cláudia Borges • Nando Poeta • Tonha Mota •
Ester Havenna • Tin Tin Alves(SP)

19h — A Arte Litero-Musical de Marconi Blanco e Jussiara Soares
Entre o Poético e o Sonoro

19h30 — Igor Gomes & Xara — Assim é o Forró

20h-22h — Show: Pé de Serra na Praça — No Ritmo da Tradição
Com Tonha Mota, João Aranha e o Bando de Fabião

📅 DIA 15 • SÁBADO

09h às 16h — Oficina de Xilogravura
• Facilitador: Josafá de Orós (PB)
📍 Estação do Cordel

10h — Mesa de Ideias
Do Repente ao Cordel: 70 anos do Congresso dos Trovadores e a construção do Congresso Brasileiro do Cordel
• Mediadora: Cláudia Borges (RN)
• Palestrantes: Maryana Damasceno(AL), e Nando Poeta (RN)
📍 Estação do Cordel

12h — Almoço com Arte – Tribuna Lítero Musical na Estação do Cordel

14h — Mesa de Ideias
Cordel Antirracista: poesia como denúncia e libertação
• Mediadora: Tonha Mota (RN)
• Palestrantes: Célia Bombom e Ana Célia (Quilombo Raça e Classe)

📍 Estação do Cordel

15h30 — Lançamento Oficial
3º Concurso da Estação do Cordel — Prêmio Goretti Gaivota

16h30 — Grupo Sexta Musical

17h30 — Da Peleja ao Microfone
Cordel, Batalha de Slam e Rap na Luta Antirracista

  • Batalha de TAG

19h30 — Show de Viola e Cordel na Praça
Marcos Teixeira & Manoel Soares


sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025


CORDEL:

A LUTA É NOSSA LIÇÃO

POR NANDO POETA

  

Foto de Leilton Lima


Senhora Governadora

És fruto do movimento.

Nesta bancada da luta

Colhesse teu pensamento.

Levou chuva, sol, poeira

Dormisse em acampamento.

 

A luta sempre foi árdua

Cada dia uma batalha.

As nossas conquistas foram

Sempre no fio da navalha.

Enfrentando governantes,

Duro igual uma muralha.

 

Os ventos sopraram forte

Querendo abalar a luta.

Com o vil Geraldo Melo

Aplicando a força bruta.

A brava categoria

Teve força na disputa.

                                                                                                                               

Você era dirigente

Da nossa categoria.

Enfrentou os governantes

E a prática da tirania.

O Sindicato com a base

Numa envolvente harmonia.

 

Nas ruas marchando firme

Pelo centro da cidade

Praça Sete de Setembro

Foi palco da liberdade

De peito aberto e unidos

Contra a força da maldade.

 

Cavalaria e soldados

Reprimindo o movimento.

A greve uma forte arma

Era o nosso instrumento.

Sem baixar nunca a cabeça

Se fazia o enfrentamento.

 

Foi bem nos anos oitenta

Que a greve ecoava forte.

No Brasil Greves Gerais

Guiando, dando o suporte,

E aqui na esquina do mundo

A luta foi dando o norte.

 

Um sindicato de luta

Forjado na união.

Com todos que habitavam

Na escola, o seu chão.

Agora eram mais fortes

Com sua unificação.

 

O Sinte erguido, guiava

Funcionários, Professores

Somando o caminho da luta

Juntos com Supervisores.

No Extraclasse estampava

A luz de Orientadores.

 

Veio José Agripino

Também Garibaldi Filho

Um sindicato na luta

Nunca deixou o seu trilho,

Conduzindo as nossas vidas

Encenou com muito brilho.

 

A luta seguindo em frente

Ecoou nas eleições.

Com os dirigentes do Sinte

Eleitos nas votações.

Junior Souto e Mineiro

Fátima ganhou corações.

 

A categoria toda

Se sentiu representada

Só que a vida real

Mostrou a carga pesada.

Seus antigos dirigentes

Ficou na encruzilhada.


As batalhas não cessaram

Seja qual for o cenário.

Veio a Vilma e a Rosalba

A luta foi o rosário.

Pela a escola democrática

E por ter justo um salário.

 

E no Governo de Robson

Não foi muito diferente.

Um setor do sindicato

Foi um defensor ardente,

Dentro daquele governo

Misturou-se com a serpente.

 

E foi nessa breve história

Que a Fátima palmilhou.

Sua carreira política

Nesse Brasil despontou

E lembra que a lei do piso

Foi ela que relatou.

 

Quando um governo negava

A pagar a lei do piso.

Dizendo não ter dinheiro

Que o governo estava liso.

Fátima dizia: - É mentira

Não pagar é prejuízo.

 

Na sua voz contundente

Argumentava bem forte:

- O piso é lei, faça valer

Não pode perder o norte.

- Pague o piso, ou pague o preço

Lutaremos até a morte.

 

Foi sempre esse o recado

Muitas vezes da tribuna.

Com sua voz afiada

Na sua mão a borduna.

Mostrando que o governo

Escondia toda fortuna.

 

Agora no Executivo

Repete essa ladainha.

Que o governo não tem grana

E nem pode sair da linha.

Pisando, esmagando o piso

Mexendo na panelinha.

 

Fátima Bezerra, se ligue

Não rasgue a lei do piso.

Atenda logo essa pauta

Ponha a mão em seu juízo.

Você foi a relatora

Agora, traz prejuízo.

 

A greve foi a lição

Que você mais propagou.

Agora no seu governo

Um prato com fel provou.

Sem o piso não tem aula

Nossa assembleia aprovou.

 

A greve tem aumentado

É a nossa fortaleza.

A categoria unida

Vencerá, com a destreza

De quem segue consciente

Com força da correnteza.

 

Não aceitamos assédio

Pois é justo o movimento.

Os celetistas só querem

Ter um mesmo tratamento..

Um terço de férias e o décimo

Atrasar é um tormento.

 

Queremos que a nossa pauta

Seja logo atendida.

O Plano do Servidor

Venha logo em seguida.

A lei de Escola integral

Que seja logo parida.

 

É urgente minha gente

Ter reforma na escola,

Algumas que são entregues

Fizeram uma meia sola.

Pra nossa população

O governo não dá bola.


  Pedimos ao nosso povo

A total compreensão.

Pois a greve que fazemos

Defende a educação.

Não queremos que ela fique

Se arrastando no chão.

 

Obs: Feito em 24 de fevereiro de 2022, atualizado em 28 de fevereiro de 2025 em Natal-RN.




 

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Concurso de Poesia Francisca de Assis Borges – "De Assis"
Regulamento do Concurso de Poesia de Cordel "Mulheres em Luta Contra a Opressão, a Violência Doméstica e o Feminicídio"

1. Objetivo:
O concurso tem como objetivo promover a expressão artística por meio da poesia de cordel, destacando a resistência das mulheres brasileiras contra a opressão, a violência doméstica e o feminicídio, em homenagem a Francisca de Assis Borges.

2. Tema:
As participantes deverão criar poemas de cordel que abordem o tema "Mulheres em Luta Contra a Opressão, a Violência Doméstica e o Feminicídio", reafirmando a luta das mulheres contra qualquer tipo de violência.

3. Estrutura dos Poemas:
Cada poema deverá ser composto por 8 estrofes de setilhas, respeitando a tradição do cordel.

4. Abrangência:
O concurso é aberto a mulheres de todo o território nacional.

5. Premiação:
Os três primeiros lugares serão premiados da seguinte forma:

·         1º Lugar: R$ 3.000,00

·         2º Lugar: R$ 2.000,00

·         3º Lugar: R$ 1.000,00

6. Publicação em Antologia:
Além dos três primeiros lugares, serão selecionados mais 57 poemas para compor a antologia "Mulheres em Luta".

7. Inscrições:
Podem participar mulheres a partir de 16 anos, apresentando um texto autoral inédito, composto por 8 setilhas (respeitando rima, métrica e oração). O texto deve ser digitalizado na fonte Arial, tamanho 12, em formato Word, com indicação do título e do pseudônimo. As inscrições devem ser enviadas para o email: estacaodocordel@gmail.com.
Cada participante deve pagar uma taxa de inscrição de R$ 50,00,por cada poema inscrito, através do Ponto de Memória Estação do Cordel, no Pix: 84998171692 (Fernando Antonio Soares dos Santos).

8. Premiação Adicional para Selecionados:
As 60 participantes selecionadas receberão um exemplar do livro contendo todos os poemas da antologia.

9. Organização:
O concurso será organizado pelo Ponto de Memória Estação do Cordel.

10. Prazos:

·         Período de inscrições: 01 de dezembro de 2024 a 31 de março de 2025.

·         Divulgação do resultado: 01 de maio de 2025.

·         Lançamento da Antologia "Mulheres em Luta" e premiação: Novembro de 2025, durante o 9º Círculo Natalense do Cordel.

11. Avaliação:
Os poemas serão avaliados por um júri competente, considerando criatividade, aderência ao tema e qualidade poética.

12. Considerações Finais:
Ao participar, as concorrentes concordam em ceder os direitos autorais para a inclusão na antologia.

13. Contato:
Para mais informações, entre em contato pelo email: estacaodocordel@gmail.com ou pelo WhatsApp (84) 998171692 (Nando Poeta)

 


 

sábado, 14 de dezembro de 2024

DISCURSO DE POSSE DE NANDO POETA NA PRESIDÊNCIA DA ACADEMIA NORTE-RIO-GRANDENSE DE LITERATURA DE CORDEL (ANLIC)

Confrades e confreiras, amigos e amantes do cordel,

Elaborar uma descrição de 600 caracteres sobre a posse da nova diretoria da Academia.nesta sexta feira 13 Nando Poeta é empossado na Presidencia da Academia Norte-Rio-Grandense de Literatura de Cordel junto com a nova diretoria, o cordelista Nando poeta, proferiu em seu discurso:

Com o coração pulsando de emoção e o espírito carregado de responsabilidade, assumo hoje a presidência da Academia Norte-Rio-Grandense de Literatura de Cordel. Este momento marca um capítulo especial em minha caminhada, uma travessia que se entrelaça com os versos do cordel, essa arte que é luta, memória e sonho. O cordel nos conecta ao passado que nos moldou e nos impulsiona para um futuro a ser escrito com poesia e resistência.

Antes de tudo, rendo minha homenagem a Tonha Mota, que liderou nossa Academia com firmeza e delicadeza nos últimos seis anos. Desde a fundação do Ponto de Memória Estação do Cordel, em 2017, Tonha tem sido um farol na luta pela valorização do cordel, inspirando-nos com seu legado. Minha profunda admiração e gratidão a você, Tonha. Agradeço também aos confrades e confreiras que abraçaram e apoiaram a formação desta nova diretoria, confiando em nosso compromisso de avançar e fortalecer ainda mais a nossa Academia.

Nos últimos anos, temos testemunhado o florescer do cordel e do repente no solo potiguar. Entramos no século XXI com um punhado de poetas que cabiam na palma da mão, um grupo restrito, mas repleto de paixão. Hoje, duas décadas depois, demos um salto que ecoa pelos sertões e cidades: o cordel potiguar cresceu e se ramificou em inúmeros espaços de propagação dessa arte.

Movimentos como o dos poetas mirins e o brilhantismo de homens e mulheres que conquistam prêmios em concursos pelo país revelam a força dessa tradição. Entidades como a Casa do Cordel, a Academia de Trova, e o Ponto de Memória Estação do Cordel simbolizam essa expansão e consolidam o cordel como um pilar vivo e pulsante da cultura potiguar. Este avanço não é apenas motivo de orgulho, mas um chamado à responsabilidade de fortalecer ainda mais essas raízes.

Vivemos tempos contraditórios: enquanto o cordel é reconhecido como patrimônio imaterial do Brasil, ainda enfrentamos o abandono das políticas públicas, que ignoram sua importância cultural e histórica. Cabe a nós, cordelistas e defensores dessa arte, resistir, inovar e avançar. Aceitamos este desafio com o compromisso de conduzir esta Academia por um único mandato, renovando nosso estatuto e incentivando a participação ativa de todos os acadêmicos na construção de uma gestão plural e vibrante.

Nosso Brasil, tão rico em diversidade, ainda permite que equipamentos culturais como o Memorial Câmara Cascudo e o Museu Café Filho se transformem em cenários de descaso e esquecimento. Ao mesmo tempo, instituições como a nossa enfrentam a carência de espaços para florescer. Não podemos aceitar a cultura relegada às sombras. Nossa Academia será uma trincheira luminosa, em defesa da arte do cordel e de sua presença viva no cotidiano do nosso povo.

O cordel é muito mais que poesia; é o murmúrio das águas e o sussurro do vento nas veredas de nosso chão. É o grito do trabalhador e o canto do oprimido. É o retrato do povo em busca de justiça. Neste ano renovamos nosso compromisso com essa tradição, fazendo dela um instrumento de transformação e esperança.

Nossa gestão será guiada pela valorização do cordel como arte e ferramenta de inclusão, com ações que buscam ampliar seus horizontes e preservar sua essência. Entre nossas propostas, destaco:

  1. Formação e Capacitação – Oferecer oficinas e cursos para educadores e jovens talentos, formando novas gerações de poetas.
  2. Atividades Itinerantes – Realizar encontros em diferentes regiões, levando o cordel aonde o povo está.
  3. Preservação do Patrimônio – Criar um memorial físico e digital para eternizar a história do cordel potiguar.
  4. Reconhecimento e Valorização – Instituir o Troféu Cordel Potiguar e lançar antologias anuais para celebrar nossos talentos.
  5. Parcerias Estratégicas – Fortalecer vínculos com universidades e outras instituições culturais, consolidando o espaço do cordel no cenário nacional.

6.    Promover a criação de um fórum não governamental que reúna instituições como a ANLIC, a Comissão Norte-Riograndense do Folclore, a Academia de Trovas, a Casa do Cordel, o Ponto de Memória Estação do Cordel, entre outras. Esse fórum deverá articular e construir, de forma colaborativa, uma pauta estratégica que represente os interesses e demandas do setor cultural, para ser apresentada de maneira unificada aos gestores públicos.

7.    Lutaremos incansavelmente por mais investimentos na cultura do nosso estado, pois não podemos nos calar diante dos atrasos no pagamento dos RPV destinados aos mestres e espaços culturais, responsabilidade que o governo insiste em negligenciar. É inadmissível aceitar o abandono dos equipamentos culturais públicos; nossa luta é por ocupá-los e revitalizá-los, devolvendo à sociedade espaços de arte e convivência.

8.    Rejeitamos, com veemência, a dependência das chamadas "emendas pix" dos parlamentares, que buscam transformar os movimentos culturais em meros currais eleitorais. Nosso compromisso é com uma cultura livre, autônoma e acessível, onde a arte seja reconhecida e valorizada como um direito de todos e não como moeda de troca política.

Convido cada um de vocês a caminhar ao nosso lado. Que os versos do cordel sejam nosso estandarte e que a poesia seja nossa espada, abrindo caminhos para um futuro onde nossa arte ocupe o lugar de destaque que merece. Unidos, faremos do cordel uma bandeira de luta, de cultura e de liberdade.

Reafirmo, com a força dos versos e a coragem dos poetas, meu compromisso com o presente e o futuro do cordel. Viva o cordel brasileiro! Viva a cultura popular!                                                              Natal, 13 de dezembro de 2024.


 

A Trajetória Artística e Cultural de Nando Poeta e Discurso de Posse na Academia Norte-rio-grandese de Literatura de Cordel

Nando Poeta é uma das vozes mais representativas da literatura de cordel no Brasil, destacando-se como um intelectual comprometido com a preservação e promoção dessa tradição cultural. Sua trajetória é marcada por inúmeras conquistas que abrangem a crítica social, a educação e o engajamento político. Atual presidente da Academia Norte-rio-grandense de Literatura de Cordel, é também membro ativo da Comissão Norte-rio-grandense de Folclore e um dos organizadores do Ponto de Memória Estação do Cordel, localizado em Natal, Rio Grande do Norte.

Origens e Primeiros Contatos com o Cordel

Nascido em 1962, no bairro do Alecrim, em Natal, Nando é filho de paraibanos que migraram para o Rio Grande do Norte no final da década de 1950. Criado próximo à feira permanente da Avenida 11, ele cresceu em meio à efervescência cultural da região. Durante seus estudos no Instituto Padre Miguelinho, frequentemente parava para assistir às apresentações de folheteiros que ocupavam as ruas, plantando as sementes de sua paixão pela literatura de cordel.

Ainda jovem, envolveu-se em movimentos políticos e sociais. Em 1982, filiou-se ao Partido dos Trabalhadores (PT), acompanhando campanhas eleitorais que utilizavam a poesia e o repente como instrumentos de mobilização. Em 1984, durante a histórica campanha das Diretas Já, viu o poder da poesia impulsionando lutas democráticas. Foi também nesse ano que testemunhou o impacto do cordel durante a ocupação da Reitoria da UFRN, onde o poeta Adebal declamava versos sobre a luta estudantil.

Início da Produção Cordeliana

Após 25 anos lecionando Sociologia na rede estadual de ensino, Nando mudou-se para São Paulo, onde mergulhou no movimento cordeliano local. Em 2008, publicou seu primeiro cordel, A Turbulência Econômica, pela Editora Luzeiro, a mais antiga do país dedicada ao gênero. Esse marco inicial foi seguido pelo lançamento de outros títulos, como As Mulheres em Luta e A Educação Não é Mercadoria. Em 2009, ajudou a fundar o Movimento Escola Caravana do Cordel, um projeto voltado para seminários, rodas de cordel e oficinas que difundiam técnicas e histórias dessa arte popular.

O Cordel como Instrumento de Educação e Cultura

Ao longo dos anos, Nando consolidou o cordel como uma ferramenta pedagógica. Com projetos como Roda de Cordel nas Escolas, aprovado pelas Leis Aldir Blanc e Paulo Gustavo, ele levou a literatura de cordel às redes públicas de ensino do Rio Grande do Norte. Esses projetos não apenas estimularam o interesse pela leitura, mas também promoveram a reflexão crítica em temas sociais e históricos. Em suas palavras, “O cordel não habita apenas as praças e feiras livres, agora também está presente nas salas de aula, como suporte valioso para o ensino-aprendizagem.”

Pesquisa e Produção Acadêmica

Como pesquisador, Nando publicou artigos e roteirizou documentários como Mulheres Cordelistas na Cena Potiguar e Cordel na Cena Natalense. Sua obra combina o rigor acadêmico com a sensibilidade poética, destacando o impacto do cordel na cultura brasileira. Ele também desenvolve estudos sobre a história e a evolução dessa arte no Rio Grande do Norte, contribuindo para seu reconhecimento como patrimônio imaterial da cultura brasileira.

Obras de Destaque

Nando é autor de inúmeras obras que abordam temas históricos e sociais. Entre elas estão A Saga de Jesuíno Brilhante, que narra a vida do cangaceiro potiguar, e Jararaca, o Cangaceiro que Virou Santo, sobre a invasão de Mossoró pelo bando de Lampião. Em 2018, lançou O Amor no Tempo de Chumbo, um romance em cordel que relata a resistência de dois jovens potiguares à ditadura militar. Mais recentemente, publicou Dias, Noites, Madrugadas: Vida, Paixão e Sangue no Sertão do Cangaço, aprovada pela Lei Paulo Gustavo pela FUNCANTE-NATAL-RN.

Premiações e Reconhecimentos

Em 2023, foi agraciado como Mestre pela Fundação José Augusto na modalidade Cultura Popular e Tradição, destacando-se na categoria Mestras e Mestres pela sua contribuição à literatura de cordel. Em 2024, organizou a antologia Versos de Liberdade: Ditadura Nunca Mais, uma coletânea resultante do 1º Concurso Nacional da Estação do Cordel, realizada no marco dos 60 anos do golpe civil-militar.

Estação do Cordel e o Círculo Natalense do Cordel

Nando é um dos principais organizadores do Ponto de Memória Estação do Cordel, inaugurado em 2017. O espaço tornou-se um polo de resistência e difusão cultural no Centro Histórico de Natal, promovendo exposições, rodas de conversa, oficinas e apresentações artísticas. Também atua como curador do Círculo Natalense do Cordel, evento que, em sua oitava edição, reuniu poetas, pesquisadores e artistas em um amplo debate sobre cordel, repente e liberdade.

Legado e Impacto

Com mais de quatro décadas de dedicação à cultura popular, Nando Poeta é uma referência na promoção e preservação do cordel brasileiro. Sua obra é um testamento vivo da força transformadora da poesia na educação, na cultura e na política. Por meio de seus projetos, publicações e atuação comunitária, ele perpetua uma das mais ricas tradições do Nordeste, mantendo-a vibrante e relevante para as gerações futuras.


 

domingo, 24 de novembro de 2024


Natal, 04 de fevereiro de 2025. 

Concurso de Poesia Francisca de Assis Borges – "De Assis"
Regulamento do Concurso de Poesia de Cordel "Mulheres em Luta Contra a Opressão, a Violência Doméstica e o Feminicídio"

1. Objetivo:
O concurso tem como objetivo promover a expressão artística por meio da poesia de cordel, destacando a resistência das mulheres brasileiras contra a opressão, a violência doméstica e o feminicídio, em homenagem a Francisca de Assis Borges.

2. Tema:
As participantes deverão criar poemas de cordel que abordem o tema "Mulheres em Luta Contra a Opressão, a Violência Doméstica e o Feminicídio", reafirmando a luta das mulheres contra qualquer tipo de violência.

3. Estrutura dos Poemas:
Cada poema deverá ser composto por 8 estrofes de setilhas, respeitando a tradição do cordel.

4. Abrangência:
O concurso é aberto a mulheres de todo o território nacional.

5. Premiação:
Os três primeiros lugares serão premiados da seguinte forma:

·         1º Lugar: R$ 3.000,00

·         2º Lugar: R$ 2.000,00

·         3º Lugar: R$ 1.000,00

6. Publicação em Antologia:
Além dos três primeiros lugares, serão selecionados mais 57 poemas para compor a antologia "Mulheres em Luta".

7. Inscrições:
Podem participar mulheres a partir de 16 anos, apresentando um texto autoral inédito, composto por 8 setilhas (respeitando rima, métrica e oração). O texto deve ser digitalizado na fonte Arial, tamanho 12, em formato Word, com indicação do título e do pseudônimo. As inscrições devem ser enviadas para o email: estacaodocordel@gmail.com.
Cada participante deve pagar uma taxa de inscrição de R$ 50,00, através do Ponto de Memória Estação do Cordel, no Pix: 84998171692 (Fernando Antonio Soares dos Santos).

8. Premiação Adicional para Selecionados:
As 60 participantes selecionadas receberão um exemplar do livro contendo todos os poemas da antologia.

9. Organização:
O concurso será organizado pelo Ponto de Memória Estação do Cordel.

10. Prazos:

·         Período de inscrições: 01 de dezembro de 2024 a 31 de março de 2025.

·         Divulgação do resultado: 01 de maio de 2025.

·         Lançamento da Antologia "Mulheres em Luta" e premiação: Novembro de 2025, durante o 9º Círculo Natalense do Cordel.

11. Avaliação:
Os poemas serão avaliados por um júri competente, considerando criatividade, aderência ao tema e qualidade poética.

12. Considerações Finais:
Ao participar, as concorrentes concordam em ceder os direitos autorais para a inclusão na antologia.

13. Contato:
Para mais informações, entre em contato pelo email: estacaodocordel@gmail.com ou pelo WhatsApp (84) 998171692 (Nando Poeta)